Pesquisa realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e divulgada pela Fecomércio/MT aponta que o índice de endividamento do consumidor caiu 2,3 pontos percentuais em setembro sobre o mês anterior e atingiu 60,3% (116.982) do total de famílias em Cuiabá ficando perto do patamar observado em setembro de 2017, quando o número de famílias que possuíam contas parceladas era de 59,4% (113.954).
A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) também registrou queda mensal no número de famílias que possuem contas em atraso, de 29,1% (56.373) em agosto para 28% (54.350) em setembro. Já na variação anual, a retração foi de 2,4 pontos percentuais, quando, na época, atingia 30,4% (58.282).
Para as famílias que declararam não terão condições de pagar as contas, se tornando inadimplentes, houve redução de 0,4 ponto percentual de um mês para o outro e chegou a 18,4% (35.784). Ainda assim, o patamar atual ficou 1,4 ponto percentual maior do que o registrado em setembro do ano passado, quando atingia 17% (32.706) das famílias.
O endividamento da família é causado, principalmente, pelo uso do cartão de crédito, que atingiu 68,8% em setembro. Em segundo vem os carnês, com 35,9% e atrás vem o financiamento de carro (9,3%) e de casa (8,3%). A recuperação do crescimento econômico, mesmo que lenta, possibilitou os bancos liberar mais crédito para o consumidor, tanto é que, no mesmo período do ano passado, esse tipo de dívida compreendia 59,3% das famílias entrevistadas.
O tempo comprometido com dívidas ficou praticamente estável de um mês para outro, de 6,5 meses em agosto para 6,6 meses em setembro. A pesquisa mostrou queda se comparado com o setembro de 2017, quando as famílias passavam, em média, 7 meses pagando contas parceladas.
Entre os endividados, a parcela da renda comprometida aumentou de 16,3% em agosto para 16,7% no mês seguinte. Ainda assim, o percentual atual é bem inferior do que o registrado no mesmo mês de 2017, que compreendia 24,8% da renda familiar.
RECUPERAÇÃO – A Fecomércio/MT acredita que a melhora nos indicadores de endividamento e inadimplência do consumidor nos últimos anos é reflexo do processo de recuperação da economia, com o aumento do emprego e queda nas taxas de juros e inflação. A insegurança, política e econômica ainda contribui para um ritmo lento da recuperação do consumo das famílias e na contratação de novos empréstimos e financiamentos.