A produção brasileira de químicos para a indústria está comemorando o melhor trimestre desde 2007. O crescimento foi de 1,45% sobre igual período do ano passado. As vendas foram 1,9% maiores. No mesmo período de 2017, o índice de produção ficou em 0,23% e o de vendas foi negativo (-1,91%).
Segundo a diretora de Economia e Estatística da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), Fátima Giovanna Coviello Ferreira, disse que apesar desse resultado favorável, houve recuos na comparação mensal de setembro sobre agosto, com uma queda de 5,92% na produção e de 7,82% em vendas. De acordo com ela, o setor vem enfrentando “uma estagnação há, pelo menos, dez anos com períodos de sobe e desce”. Neste ano, em especial, a produção foi afetada pelas incertezas do mercado em relação às eleições presidenciais.
Com o pleito definido, o que se espera, segundo o presidente da Abiquim, Fernando Figueiredo, são medidas que possam aumentar a competitividade da indústria química. Para estimular a produção, Fátima citou a necessidade de um avanço nas reformas em tramitação no Congresso Nacional entre as quais a tributária e previdenciária, além de questões mais pontuais, como redução da taxa de juros e do custo de energia elétrica, incluindo ainda uma política na área petroquímica que favoreça o acesso mais barato a um dos componentes mais usados no setor, a nafta. “Somos muito dependente dessa matéria-prima e caso houvesse uma oferta interna por meio do pré-sal poderíamos reduzir a pressão da dependência externa”.
Figueiredo também fez uma comparação com os Estados Unidos, mencionando que enquanto lá os investimentos no setor chegam a US$ 220 bilhões, no Brasil estão em torno de US$ 1 bilhão. Segundo ele, no período que antecedeu às eleições, a Abiquim apresentou aos candidatos um estudo encomendado pela empresa de consultoria Deloitte com 73 reivindicações para o desenvolvimento do setor, entre as quais, as mais importantes são as que se referem à matéria-prima e ao custo de energia como forma de tornar a indústria química mais competitiva no mercado global. Caso as medidas possam ser implementadas, a projeção do setor é de triplicar a produção em 2030.