As mulheres também fazem parte da segurança do estado. Um exemplo, é a 2ª tenente da Polícia Militar, Thamires Andrade de Almeida Oliveira, de 29 anos, que chegou para trabalhar no 1º Comando Regional, em Cuiabá, nas vésperas do Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março. Com a sensibilidade, característica feminina, a policial contou, baseada na própria vivência, como é ser mulher na corporação que tem como princípio garantir a segurança dos cidadãos de Mato Grosso.
Na sala de trabalho a tenente confidencia que ainda quando criança vestia a farda de uma tia e sentia, e ainda sente, orgulho de ter na família policiais militares. Ali ela já sabia que queria ser policial, era um sonho da menina, que tornou-se realidade há sete anos, quando ingressou na corporação como oficial.
A primeira turma de mulheres a entrar na PM de Mato Grosso em 1983. Nos tempos atuais, a policial mulher não sofre preconceito, como de fato deve ser. Mas quem afirma essa boa realidade contemporânea é a própria tenente. "Há muito respeito dentro da Polícia Militar, independente de ser homem ou mulher", detalhou a profissional da Segurança Pública.
Thamires atualmente está no trabalho interno e sob sua hierarquia estão 20 servidores. Mas antes do serviço administrativo, ela atuou no operacional, ou seja, ia para a rua enfrentar criminosos. Medo ela não sente, sabe que é dever promover segurança aos cidadãos. E nessas atividades sem rotina, como ela mesma afirma, muitas histórias são vivenciadas.
Ao buscar na memória, no baú das lembranças, o que mais marcou nesses sete anos de PM, os olhos da tenente chegaram a ficar marejados. Das ocorrências atendidas, as que mais tocaram Thamires foram as de violência doméstica. “Durante o atendimento a imparcialidade deve prevalecer”, assegura a policial.
Dos olhos marejados, provando a sensibilidade atrás da farda cinza e unissex, aos olhos brilhando em vários momentos, tudo está relacionado ao trabalho, cuja atividade é árdua, dura. "Sou forte, mas sem perder a feminilidade", observa a policial.
E se alguém ainda pensa que mulher é sexo frágil está na hora de rever o conceito. Tanto é que o ingresso, treinamento e as atividades na corporação não se diferem de acordo com o gênero. Nada dentro da Polícia Militar de Mato Grosso é mais fácil ou mais difícil para mulheres. É simplesmente igual para todos os servidores. “Todos que entram é por mérito", enfatiza a 2ª tenente.
Das atuais 630 policiais militares mulheres em Mato Grosso, observando o trabalho da tenente Thamires, é possível afirmar que elas são responsáveis, competentes e cumprem com zelo e dedicação a profissão que escolheram para a vida. Profissão essa que é de ajudar crianças, jovens, adultos, homens e mulheres.
Data histórica
Oito de março é comemorado o Dia Internacional da mulher, data que lembra a luta por direitos e igualdade que tomou força no final do século XIX, entre as operárias convocadas para dar força ao crescimento da Revolução Industrial. A data tem mais de um evento que a origina. Um deles é a II Conferência Internacional de Mulheres na Dinamarca (1910), outro é o levante de operárias na Rússia (1917). O evento da Rússia aconteceu em 8 de março, data que foi escolhida para ser lembrada como dia de luta.
Em 1911, 130 operárias de uma fábrica em Nova Iorque morreram em decorrência de um incêndio. O evento resultou em reivindicações por mais segurança nas condições de trabalho que se espalharam pelos Estados Unidos e pela Europa. Tragédias como essa foram determinantes para a legislação de segurança predial em vigor, pela qual os Corpos de Bombeiros são os principais responsáveis em fiscalizar.