No ano de 2017, o mercado imobiliário em Cuiabá movimentou o correspondente a R$ 500 milhões somente com a venda de 1.190 apartamentos (unidades verticais). Os dados são da quarta pesquisa relativa a 2017 do Censo Imobiliário de Cuiabá e Várzea Grande, levantamento encomendado pelo Sindicato das Indústrias da Construção do Estado de Mato Grosso (Sinduscon-MT) e apresentado nesta quarta-feira (7), no Plenarinho da Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt). O cenário otimista em 2017 comprovado pelos dados também se desenha para o mercado de imóveis em 2018.
Realizada pela Brain, empresa especializada em pesquisas do mercado imobiliário no país, a pesquisa acompanha trimestralmente o comportamento do mercado imobiliário na Grande Cuiabá, verificando preços, estoque de produtos por região, volume de vendas e padrões disponíveis. Trata-se de um produto do sindicato voltado para o construtor associado com a proposta de ser uma ferramenta estratégica para o planejamento de investimentos e exploração de nichos de mercado.
Na análise do consultor Guilherme Werner, da Brain, em termos de vendas, Cuiabá e Várzea Grande apresentaram um crescimento considerável ao longo do terceiro e quarto trimestre, impulsionados pelo cenário econômico nacional e por características regionais. A capital mato-grossense conseguiu manter um nível ritmo de lançamentos e reduzir a oferta disponível de imóveis prontos para morar.
“Esse resultado nos faz acreditar que as vendas vão continuar subindo em 2018 motivado pela retomada da confiança do empresário e do consumidor e, principalmente, pela redução das taxas de juros, que por sua vez faz com que o investidor imobiliário volte para o mercado. Com a Selic alta, o investidor estava fora do mercado porque as taxas moderadas em bancos eram muito maiores que percentuais de aluguel, por exemplo. A principal engrenagem para este ano pela retomada será uma Selic mais baixa”, esclarece Werner.
O levantamento indica que o mercado regional na Grande Cuiabá vem de uma ascendente em vendas desde o início do ano, principalmente em Cuiabá, impulsionado pelo mercado econômico, mas também por outros mercados. A análise geral da concorrência indica uma disponibilidade de 4.967 imóveis na Grande Cuiabá, sendo 3.190 só de apartamentos nas duas cidades, o correspondente a 64,22% da oferta disponível. Entretanto, se for considerado a média geral da oferta lançada em Cuiabá é de 20% e em Várzea Grande, 19%.
“Temos um cenário positivo e muito apropriado para aquisição de imóveis, pois temos ummercado com oferta de produtos em vários segmentos e padrões com preços justos. Fechamos 2017 com mais lançamentos do que 2016 e é importante que essa facilidade de acesso financiamentos permita que mais pessoas tenham interesse na compra de imóvel seja para moradia ou para investimento”, analisa o presidente da Comissão da Indústria Imobiliária do Sinduscon-MT, Paulo Bresser.
E é essa facilidade maior de acesso a crédito imobiliário que atrai o público que prefere imóveis do padrão econômico. Isso explica a maior velocidade de vendas em 2017 foi para unidades habitacionais de padrão econômico (até R$ 180 mil) do Minha Casa, Minha Vida (MCMV), programa habitacional do governo federal. “Isso deve se repetir este ano porque é um perfil de consumo da região”, analisa o consultor da Brain. “Regiões onde o agronegócio predomina, como é o caso de Cuiabá, há um mercado mais resiliente, especialmente no momento mais crítico da situação socioeconômica do país”.
Outras condições que dão essa nuance a Cuiabá são a grande absorção pelo público consumidor de unidades horizontais de lotes abertos, casas em condomínios e lotes em condomínios fechados que apresentam uma disponibilidade de apenas 10% para Cuiabá. “Esse segmento é um grande propulsor da retomada da compra de imóveis em 2018”, completa.
Veja alguns dados gerais
• Entre novembro e dezembro de 2017, 368 unidades foram lançadas em Cuiabá entre lotes abertos, casas em condomínios e lotes em condomínios.
• O padrão econômico de empreendimentos do Programa Minha Casa Minha Vida (PMCM) é o que representa maior quantidade em unidades vendidas. De junho a dezembro de 2017 foram 393 unidades comercializadas. Esse padrão considera imóveis com valores até R$ 180 mil. Quase 70% optam por unidades com dois dormitórios.
• O padrão standard (R$180.001 e R$ 400.000) é o que apresenta a menor disponibilidade de produtos em relação a oferta lançada, com 15,3% ou 338 unidades.
• Várzea Grande fechou 2017 com 410 unidades residenciais comercializadas com R$ 58,1 milhões. O município recebeu dois lançamentos residenciais verticais. Não houve lançamento de salas comerciais no município.