O ano de 2018 está sendo muito bom para as exportações de soja que já superaram o ano inteiro de 2017 e deve ter um volume ainda maior até a virada do ano.
Segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), de janeiro a novembro foram exportadas 19,33 milhões de toneladas, 8,71% acima do contabilizado em doze meses de 2017, quando os embarques totalizaram 17,78 milhões de toneladas.
Além da soja em grão, Mato Grosso realizou um outro feito e dessa vez com o farelo de soja, subproduto que também somar volume exportado acima do que se registrou de janeiro a dezembro do ano passado. Como destacam os analistas do Imea, de janeiro a novembro deste ano já foram exportadas 5,26 milhões de toneladas de farelo, 6,74% acima do observado no mesmo período do ano passado e já ultrapassando as 5,22 milhões de toneladas exportadas em 2017.
“Ao contrário do que muitos pensam, Mato Grosso, além de ser um grande exportador de soja em grão, é um grande esmagador de soja e, consequentemente, apresenta uma significativa produção de subprodutos, dentre eles o farelo. Assim, este resultado é reflexo do aumento da demanda internacional pelo subproduto e pela quebra da safra na Argentina, o que favoreceu o farelo mato-grossense. Para os próximos anos, a demanda por soja para esmagamento e produção de biodiesel tende a continuar fortalecendo a oferta de farelo no Estado, e este mercado possui uma grande importância, visto que a demanda interna tem dificuldade em absorver toda a produção”, informa o Imea.
As exportações refletem também a safra recorde do ciclo 2017/18, cuja produção superou 32,52 milhões de toneladas, apontando crescimento anual de 4% sobre o volume anterior.
Como detalham os analistas do Imea, das mais de 19,33 milhões de toneladas exportadas em onze meses, 12,21 milhões delas tiveram como destino a China, que segue sendo o maior parceiro comercial do Estado. Na segunda posição, mas exibindo consumo de cerca de 10% do primeiro colocado, está a Espanha com cerca de 1,2 milhão de toneladas negociadas de janeiro a novembro desse ano.
O ritmo da comercialização da safra também pode ter exercido influencia sobre o saldo apontado até novembro. Da safra 2017/18 – que é essa exportada – 98,7% do total produzido já foram comercializados, avanço de 1,38 ponto percentual (p.p.) ante a outubro. Já para a safra 2018/19, o volume negociado apresentou avanço mensal de 5,59 p.p., o que totaliza 41,33% do total esperado para a próxima safra já negociado. O volume comercializado da nova safra também está a frente do verificado em igual momento do ano passado, quando 38,62% da estimativa de produção estava vendida.
“Este progresso para ambas as safras no período é reflexo da aproximação da colheita da nova safra, seja para liberar espaço nos armazéns, quanto para a garantia de preços. Dessa forma, este último mês foi marcado por movimentações nos principais pontos de formação de preços, principalmente da queda nos prêmios de exportação nos portos brasileiros, o que fez com que o preço médio mensal de comercialização para a safra 2017/18 ficasse em R$ 67,48/sc, enquanto que para a 2018/19 ficou em R$ 63,45/sc, redução de 1,7% e 2,98% no mês, respectivamente”, completam os analistas do Imea.