Nesta terça (18) foi deflagrada a Operação Sangria fase 2 pela Delegacia Especializada de Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública (Defaz). Foi determinado que o secretário Luiz Antônio Possas de Carvalho colabore com as investigações e coloque à disposição todos documentos e informações solicitadas pela polícia.
A operação investiga esquema para monopolizar a saúde no estado de Mato Grosso, por meio de serviços médicos hospitalares. Mandados foram cumpridos na Secretaria de Saúde e no Hospital São Benedito.
Foram presos o ex-secretário de Saúde de Cuiabá, Huark Douglas Correia, Fábio Liberali Weissheimer, Adriano Luiz Sousa, Kedna Iracema Fonteneli Servo, Luciano Correa Ribeiro, Flávio Alexandre Taques da Silva, Fábio Alex Taques Figueiredo e Celita Natalina Liberali.
As prisões preventivas foram decretadas para frenar a atuação do grupo que, segundo os autos, tem forte poder econômico e político. Detenções também levaram em conta a conveniência da instrução criminal, evitando a destruição de provas, intimidação de testemunhas e articulação para enfraquecer as investigações.
O secretário de Saúde interino e procurador-geral do Município informou que a operação se trata de denúncias de supostas irregularidades de empresas prestadoras de serviços, ocorridas desde gestões passadas, mas que está acompanhando todos os trabalhos e está à disposição das autoridade.
O juiz Marcus Faleiros, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, especializada em crime organizado, afirmou que os fatos investigados na Operação Sangria, por fraudes na Saúde, aparentam ser mais graves do que a atuação do Comando Vermelho (CV) em Mato Grosso.
A gravidade está no fato das fraudes causarem mortes. “Da análise dos elementos informativos constantes nos autos, registro que de todos os processos que trabalhei, esses são os fatos concretamente mais graves, talvez, até mais graves que atuação dos membros da facção Comando Vermelho, porque envolvem esquema de corrupção, fraude a licitação em prestação de serviços da saúde pública e lavagem de dinheiro, gerando a morte de pessoas que estão na fila de espera para realização de cirurgia de alta complexidade”.
Os alvos da Operação Sangria são contratos firmados com as empresas Proclin (Sociedade Mato-Grossense de Assistência Médica em Medicina Interna), Qualycare (Serviços de Saúde e Atendimento Domiciliar LTDA) e a Prox Participações, firmados com o município de Cuiabá e o estado de Mato Grosso.