O cenário fiscal brasileiro está passando por uma transformação significativa, com a implementação da reforma tributária pressionando as empresas a se anteciparem às novas exigências. De acordo com a pesquisa Guia de Gestão Tributária 2025 – A Visão do Contribuinte, realizada pelo Instituto de Gestão Empresarial de Tributos (IGET), em parceria com a Revizia, 80% das empresas esperam um aumento na complexidade tributária e desafios crescentes com a fiscalização após a reforma.
Segundo Heron Charneski, presidente e fundador do IGET e coordenador da pesquisa, a complexidade tributária surge hoje como o principal desafio tributário das empresas, à frente de itens como as frequentes mudanças na lei, a carência de profissionais especializados e a própria carga tributária elevada. Esse cenário tem levado as empresas a aumentarem, em média, 15% de seus orçamentos destinados à gestão tributária a cada ano.
Frente a esses desafios, a tecnologia surge como a principal solução. A digitalização da gestão fiscal e o uso de sistemas automatizados são tendência consolidada: 90,9% das empresas já adotam tecnologias para cálculos automáticos de tributos e monitoramento de obrigações acessórias. O levantamento ainda revela que 54,5% estão priorizando investimentos em sistemas tributários e que 45,5% ampliaram seus orçamentos para gestão fiscal em 11% a 25% nos últimos dois anos.
Para Alessandra Heloise, vice-presidente tributária da Revizia, o cenário atual exige uma mudança estrutural na forma como as empresas lidam com tributos. “A tendência é que apenas as organizações que investirem em tecnologia de automação, capacitação contínua e estratégias de compliance integradas consigam se manter competitivas”, afirma. “A gestão tributária passa a ser uma função cada vez mais estratégica, exigindo inteligência para prever riscos, capturar benefícios fiscais e otimizar processos. Em um ambiente de fiscalização mais rigorosa e legislação mais dinâmica, a capacidade de resposta rápida, apoiada por soluções digitais robustas e assessoria técnica especializada, será decisiva para a sustentabilidade dos negócios”, ressalta.
Outros estudos já corroboraram essa necessidade. Uma pesquisa conduzida em 2024 pela Confeb — iniciativa da Live University voltada à formação e atualização de profissionais das áreas fiscal e tributária — revelou que 70% das empresas pretendiam contratar novas plataformas tecnológicas, enquanto 61% já haviam estruturado treinamentos para adaptação à reforma.
“A tecnologia deixa de ser suporte e passa a ser protagonista na gestão tributária. Sem ela, somada à capacitação adequada, simplesmente não haverá como atender às novas demandas da reforma e manter a operação fiscal segura e eficiente. Por isso, é natural que tantas empresas já estejam se antecipando”, ressalta Alex Leite, Sócio Diretor da Live University. Com o aumento da complexidade fiscal, as empresas precisam estar cada vez mais atentas às mudanças e, inevitavelmente, investir em soluções tecnológicas robustas. A adaptação às novas exigências tributárias permite que as organizações se destaquem pela eficiência e agilidade, elementos essenciais para navegar com sucesso no cenário fiscal em constante transformação.
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