A cadeia produtiva de carne bovina deve ser um dos setores mais atingidos pela taxação, em 50%, anunciada ontem (9), pelo presidente do Estados Unidos, Donald Trump, conforme já noticiado aqui pelo MT Econômico. Em razão deste novo cenário, a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) faz as contas e mensura o impacto da medida que deve inviabilizar as exportações para o país norte-americano e alerta para preocupação a partir de agora.
Conforme o presidente da entidade, Oswaldo Pereira Ribeiro Júnior, “com a promessa de taxação em cerca de 50% da carne bovina enviada para os EUA, a imposição dessa tarifa retira o nosso produto da concorrência para esse mercado tão importante ao nosso setor. A nova taxação colocaria o preço da tonelada da nossa carne em cerca de US$ 8,6 mil, inviabilizando qualquer comercialização para o mercado norte-americano”, exclama.
A entidade que representa a maior produção de bovinos do Brasil, pede socorro ao governo federal: “Solicitamos ao governo federal que utilize todos os recursos e esforços para a resolução desse problema, com muito diálogo e disposição. Acreditamos na soberania nacional, mas acreditamos, principalmente, no bom senso e na pacífica negociação antes de se tomarem medidas intempestivas que podem levar a resultados desastrosos para nossa economia”, argumenta Pereira Júnior.
Para a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), a medida de Trump tornará o custo da carne brasileira tão alto que inviabilizará a venda do produto para os Estados Unidos. “A Abiec reforça a importância de que questões geopolíticas não se transformem em barreiras ao abastecimento global e à garantia da segurança alimentar, especialmente em um cenário que exige cooperação e estabilidade entre os países”, destacou.
A associação também defendeu a retomada das negociações e informou querer contribuir com o diálogo. “Estamos dispostos ao diálogo, de modo que medidas dessa natureza não gerem impactos para os setores produtivos brasileiros nem para os consumidores americanos, que recebem nossos produtos com qualidade, regularidade e preços acessíveis”, acrescentou a entidade.
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