Os trabalhos não param nas lavouras de Mato Grosso. Os cultivos de segunda safra seguem movimentando as colheitadeiras. O milho safrinha entrou na reta final, mas o algodão não contabiliza ainda nem um terço da área plantada colhida. As duas culturas registram atraso em relação ao mesmo momento do ano passado.
De acordo com dados atualizados pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), na última sexta-feira (8), a colheita de milho referente à safra 2024/25 atingiu 98,72%. Entre as regiões, a médio-norte e a noroeste já concluíram os trabalhos a campo, nas demais regiões a colheita está praticamente concluída, a nordeste está com 99,77%, a norte com 99,70%, a oeste com 99,03% e a centro-sul com 98,76%, restando maior avanço apenas no Sudeste que está com 92,93% das áreas colhidas. Por fim, as chuvas pontuais registradas no início da semana não prejudicaram de forma expressiva o avanço dos trabalhos a campo no estado.
A colheita do algodão da safra 2024/25 atingiu 26,98%, registrando avanço semanal de 8,71 pontos percentuais (p.p.), superando o avanço observado na semana passada. No entanto, o percentual alcançado ainda se encontra 17,10 p.p. atrás do registrado na safra 2023/24, e 21,78 p.p. atrás da média dos últimos cinco anos. O cenário é pautado pela maior atividade nas áreas de segunda safra, bem como a aproximação do final da colheita nas áreas de primeira safra.
MILHO SAFRINHA – A área semeada na temporada foi consolidada em 7,26 milhões de hectares. O resultado representa aumento de 1,80% em relação à estimativa publicada em julho e de 6,29% frente à área da safra 2023/24. “Essa elevação anual foi reflexo do preço do cereal no estado que estava mais atrativo quando comparado com outras culturas de segunda safra no momento do planejamento da safra, o que acabou estimulando o produtor no estado”, explicam os analistas.
No que se refere às regiões, a nordeste apresentou a maior elevação em área de 171,25 mil hectares ante a temporada passada. “Vale destacar, que esta região foi a que mais ‘perdeu’ espaço na safra 2023/24 devido à entrada de outras culturas, como o gergelim, o sorgo, entre outras”, apontam os analistas.
Nesta safra, mesmo com as chuvas chegando tardiamente e encerrando mais cedo em comparação com as demais regiões, algo que é comum no nordeste, foi possível observar esse retorno para as áreas de milho, com produtores visando a maior rentabilidade da segunda safra. No que tange a produtividade em Mato Grosso, o Imea manteve a estimativa de recorde de 126,27 sacas por hectare (sc/ha). Vale destacar, que o Instituto está realizando a pesquisa de safra com os produtores no estado, indicador importante que compõem a metodologia de consolidação de safra realizada pelo Imea. “Com a consolidação da área e manutenção da produtividade, a produção do ciclo 2024/25, em Mato Grosso, ficou estimada em 55 milhões de toneladas, alta de 1,81% ante a julho e 16,14% quando comparado com a safra 2024/25”.
O ALGODÃO – Em Mato Grosso, a área de algodão cultivada para a safra 2024/25 permaneceu estimada em 1,52 milhão de hectares. Desse total, projeta-se que 297,40 mil hectares sejam provenientes de primeira safra, e 1,22 milhão de hectares, de segunda safra. “Apesar de os registros prolongados de chuvas no estado terem comprometido algumas lavouras de primeira safra, os informantes do Imea relataram que o cenário foi positivo para o desenvolvimento do algodão de segunda safra, especialmente o semeado mais tardiamente, contribuindo para uma perspectiva otimista quanto à produtividade final da temporada”.
Diante desse cenário, a estimativa de produtividade média do algodão em caroço ficou em 302,99 @/ha, aumento de 2,00% ante julho/25. Com isso, é esperada uma produção de 6,92 milhões de toneladas de algodão em caroço no ciclo 2024/25, sendo um aumento de 8,21% ante a safra anterior.
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