As exportações de miúdos bovinos de Mato Grosso registraram um crescimento expressivo de 25,5% no acumulado de janeiro a julho de 2025, totalizando US$ 47,8 milhões. O desempenho representa um incremento de US$ 9,7 milhões em relação ao mesmo período de 2024, consolidando o Estado como um dos principais fornecedores desse segmento no mercado internacional. O MT Econômico traz nessa matéria especial um pouco mais sobre o tema.
Menos volume, mais valor
No período, foram embarcadas 26,5 mil toneladas de miúdos comestíveis — queda de 32,9% em relação às 39,5 mil toneladas exportadas no ano anterior. Apesar da retração no volume, a receita avançou, indicando aumento no preço médio por tonelada, favorecido pela demanda de nichos específicos e valorização cambial.
Em 2024, a mesma janela havia rendido US$ 71,2 milhões, com preço médio de US$ 1.802 por tonelada. Já em 2025, o valor médio subiu para aproximadamente US$ 1.804 por tonelada, mantendo a rentabilidade mesmo com menor quantidade enviada.
Importância no comércio exterior
Embora representem fatia menor quando comparados aos cortes nobres da carne bovina, os miúdos desempenham papel estratégico na balança comercial do Estado. Eles possibilitam o aproveitamento integral do animal, reduzem desperdícios e abrem mercados complementares à proteína bovina, especialmente em países com tradição no consumo de vísceras e cortes alternativos.
Segundo Valdecir Francisco Pinto Júnior, analista do Instituto Mato-grossense da Carne (Imac), essa linha de produtos gera ganhos de competitividade. “A China, por exemplo, é um grande comprador de fígado e tendões bovinos. Esse comércio amplia margens para os frigoríficos e garante renda adicional para toda a cadeia”, afirma.
Principais destinos
- Hong Kong — 32% do total exportado (US$ 15,3 milhões), com destaque para língua bovina congelada (882 toneladas, US$ 1,6 milhão), rabos e tripas.
- Rússia — US$ 7,2 milhões, incluindo fígado, língua e cortes variados.
- Costa do Marfim — US$ 2,6 milhões.
- Congo — US$ 1,3 milhão.
Novos mercados e perspectivas
Em 2024, 54 países compraram miúdos bovinos de Mato Grosso; em 2025, já são 49, com a adição de novos destinos como Albânia, Cabo Verde, Camboja, Cazaquistão, Macau e Mianmar.
O Imac projeta que a abertura de mercados estratégicos, como o Marrocos, poderá ampliar significativamente as vendas nos próximos anos, fortalecendo a participação mato-grossense no comércio global de proteína animal.
Impacto econômico regional
A exportação de miúdos bovinos injeta divisas no Estado, fortalece o setor frigorífico e impulsiona atividades logísticas, de transporte e armazenagem. Além disso, contribui para a diversificação da pauta exportadora e para a resiliência econômica do agronegócio, reduzindo a dependência de cortes premium em períodos de volatilidade.
Com o avanço registrado em 2025, Mato Grosso reforça sua posição de protagonismo não apenas na produção de carne bovina, mas também na otimização e valorização de todos os subprodutos do rebanho, transformando o que antes poderia ser descartado em fonte de receita e competitividade internacional.
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