A desembargadora da Segunda Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), Marilsen Andrade Addario, determinou a suspensão de todas as execuções e arrestos contra o Grupo Randon por 180 dias. O grupo também passa por perícia determinada pela justiça com o mesmo prazo para determinar se continua sua recuperação judicial – de R$ 700 milhões – separado do Grupo Safras, que possui dívidas de R$ 2,2 bilhões, a maior recuperação judicial do agronegócio de Mato Grosso.
Cátia Randon e Carol Randon, ex-esposa e filha de um dos sócios do Grupo Safras, não tiveram dúvidas, fizeram um esforço e, como todo produtor rural que se preze, iniciaram o plantio de mais de 4,2 mil hectares de soja no coração da produção de grãos do mundo, Sorriso-MT.
“Não há tempo ruim ou notícia sensacionalista de jornal que nos intimide, diz Cátia Randon”, que assumiu as negociações com mais de 200 credores, enquanto Carol Randon cuida da lavoura e da distribuidora de insumos, que atua há 36 anos na região.
Ao mesmo tempo nomeou Emmanoel Alexandre de Oliveira como interventor para garantir a correta produção e aplicação dos recursos, ao mesmo tempo que protege a safra e os grãos.
Sobre essa modalidade de produção com participação mais ativa do Judiciário, via um interventor nomeado pelo Tribunal, Cátia Randon analisa que pode ser uma novidade boa “se vier para somar, é muito bem-vindo, queremos agilidade, cumprimento das ordens judiciais, clareza, lisura e transparência, estar perto da desembargadora através de sua pessoa de confiança é muito bom pois poderemos mostrar a seriedade de nosso trabalho, afinal quem conquistou ao longo de 36 anos o direito de produzir nesse solo fomos eu e minha filha, e queremos honrar esse direito mostrando que sabemos o que estamos fazendo.”
Advogado do Grupo Randon, Euclides Ribeiro, entende que haverá desafios, “primeiro vamos aguardar se o interventor aceita o encargo, após analisaremos se existe algum motivo para impedimento ou suspeição, por ter participado de processos em conjunto com contrapartes que agora litigam diretamente contra o Grupo Randon, Flow, Carbon, Agri Brazil, e outros ainda a serem apurados”, pontua.
“Se ultrapassado esse passo, o interventor terá que viver na lavoura, principalmente nesse início de plantio, faço votos que esteja preparado para o trabalho e esteja pronto ao desafio, de nossa parte, se passado o escrutínio, pode ser que seja bem-vindo, desde que não haja ônus significativo e que arque com as consequências, mantendo o foco em produzir e gerar riquezas, com agilidade, pois a complexidade desse processo não permite interesses desfocados e o Grupo Randon só quer o direito de se recuperar provando que nada tem com as discussões dos fundos com o Grupo Safras”, finaliza Ribeiro.
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