Com 238,2 milhões de cabeças na data de referência, o efetivo bovino nacional, apesar de uma redução em 2024, alcançou o segundo maior resultado da série histórica da pesquisa, sendo superado apenas pelo total registrado em 2023. Mato Grosso, com 32,8 milhões de animais – 13,8% do efetivo nacional – permaneceu com o maior efetivo do País na data de referência.
O estado, que já havia apresentado um pequeno decréscimo de rebanho no ano anterior, registrou uma queda de 3,6% em 2024. O Pará, com o 2º maior rebanho brasileiro, 10,7% do total, destacou-se como o único entre os cinco principais estados a apresentar um aumento no efetivo bovino, de 2,1%. Completam a lista dos estados com os maiores rebanhos em participação nacional: Goiás (9,7%), Minas Gerais (9,3%) e Mato Grosso do Sul (7,9%). Em conjunto, essas cinco Unidades da Federação concentram mais de 50% do rebanho bovino nacional.
Entre os municípios do estado de Mato Grosso, Cáceres se destacou como o maior produtor, com aproximadamente 1,4 milhão de cabeças no último dia do ano de 2024. Em seguida, Vila Bela da Santíssima Trindade ocupa a 2ª posição com 1,1 milhão, e Juara aparece em 3º lugar, com 926,9 mil cabeças.
Esses e outros dados integram a Pesquisa da Pecuária Municipal – PPM 2024, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, fornece informações sobre os principais efetivos da pecuária existentes nos Municípios brasileiros na data de referência do levantamento, 31 de dezembro, bem como sobre a produção de origem animal e o seu respectivo valor no ano em questão. Constitui a principal fonte de estatísticas sobre o tema, não apenas para os planejamentos público e privado desse segmento econômico, como também para a comunidade acadêmica e o público em geral.

SUÍNOS – Em 2024, estimou-se 43,9 milhões de suínos no país. A quantidade equivale a um aumento de 1,8% em relação ao rebanho de 2023 e, também, marca o 2º maior quantitativo já registrado na série histórica da pesquisa. Mato Grosso segue ocupando a 5° colocação no ranking nacional de efetivos de suínos, com 2,2 milhões de animais no último dia de 2024. Tapurah se consolida como o principal município de Mato Grosso na criação de suínos, ocupando o 1° lugar no ranking estadual e o 5° lugar entre os municípios do país, com um efetivo de 407,1 mil cabeças, equivalente a 18,4% da produção total do estado.
Na sequência, destacam-se Nova Mutum, com 329,4 mil, com um aumento de 11,5% em relação ao ano anterior, e Sorriso, com 215,1 mil cabeças, ocupando a 20ª posição no país e a 3ª posição entre os municípios do estado.
CAPRINOS – Em 2024, a criação de caprinos no Brasil apresentou um aumento de 3,1%, resultando na marca de 13,3 milhões de cabeças no último dia do ano. Em Mato Grosso, o rebanho de caprinos, em 2024, registrou redução de 20,7%, totalizando 22,1 mil animais. Entre os municípios mato-grossenses, Sorriso, apesar da queda de 35,3% em relação ao ano anterior, lidera a produção de caprinos no estado, em 2024, com 666 animais. Cuiabá ocupou a 2ª posição com 594 cabeças, seguido por Cáceres, que registrou 546 caprinos.
OVINOS – Já a criação de ovinos, com uma adição de 62,4 mil cabeças, ou 0,3%, chegou a 21,9 milhões de animais no último dia do ano de 2024, no Brasil. O efetivo de ovinos em Mato Grosso apresentou retração de 8,59%, alcançando 360,8 mil cabeças no último dia do ano, posicionando o estado na 9ª colocação nacional. No estado, Sorriso liderou a criação de ovinos, com 12,9 mil cabeças, seguido por Cáceres com 12,6 mil e Vila Bela da Santíssima Trindade, que com 9,8 mil animais.
BUBALINOS – Em 2024, o efetivo de bubalinos no Brasil apresentou um crescimento de 7,8% em relação ao ano anterior, passando de 1,6 milhão para 1,8 milhão de animais. Os estados com maiores efetivos foram o Pará (775 mil), Amapá (340 mil) e Amazonas com 152 mil cabeças. Mato Grosso possuía 17.867 animais no último dia do ano. Entre os municípios com maior efetivo, destacam-se Rondonópolis com 1,9 mil cabeças, Nova Brasilândia com 1,8 mil e Santo Antônio de Leverger com 1,2 mil bubalinos.
GALINÁCEOS E GALINHAS – No escopo da PPM, consideram-se os galináceos como todos os animais da espécie Gallus gallus, independentemente de idade ou sexo. Fundamentalmente, apenas fêmeas dessa mesma espécie, cuja criação tenha sido destinada à produção de ovos, são consideradas galinhas. Em uma visão geral, galináceos é um efetivo que contempla galinhas, mas também categorias como frangos de corte, destinados à produção de carne.
Para galináceos, estimou-se 1,6 bilhão de cabeças no Brasil, um aumento de 1,7% em relação ao ano anterior – equivalente a 26,8 milhões de animais a mais, atingindo novo recorde na série da pesquisa. A Região Sul mantém sua posição como a maior detentora do efetivo desde 1983, respondendo por 47,3% do total nacional no último dia de 2024. Essa liderança é impulsionada pela relevância dos estados sulistas, em especial o Paraná, que lidera a criação de galináceos desde 2006, e contribuiu com 28,8% do total desta edição da pesquisa. Rio Grande do Sul e Santa Catarina figuram como o terceiro e o quarto maiores possuidores de efetivos, com 9,8% e 8,7%, respectivamente.
Ocupando a nona colocação no ranking dos estados, Mato Grosso registrou um efetivo de galináceos de 44,6 milhões de cabeças no último dia de 2024, representando um crescimento de 4,2% em comparação ao ano anterior, quando eram 42,8 milhões.
Entre os municípios de Mato Grosso, Nova Mutum se destacou como o maior produtor, com aproximadamente 8,6 milhões de galináceos, seguido por Primavera do Leste, com quase 5,8 milhões de animais, e Lucas do Rio Verde, com 4,6 milhões de cabeças.
A criação de galinhas em Mato Grosso apresentou crescimento de 8,9% em 2024 em relação ao ano anterior. O efetivo passou de 13,1 milhões de animais em 2023 para 14,1 milhões em 2024.
Primavera do Leste se consolida como o principal município de Mato Grosso na criação de galinhas, ocupando o 1º lugar no ranking estadual com um efetivo de 4,6 milhões de cabeças, equivalente a 33,1% da produção total do estado. Na sequência, destacam-se Campo Verde, com 2,1 milhões, e Poxoréu, com 1,5 milhão de cabeças.
AQUICULTURA – Aquicultura é a atividade de cultivo de organismos cujo ciclo de vida em condições naturais se dá total ou parcialmente em meio aquático. Na PPM, considera-se apenas a criação de animais. As produções de animais oriundos da pesca extrativa de estabelecimentos de lazer (pesque-pague), de hotéis-fazenda e de animais ornamentais não são objeto de pesquisa.
Em 2024, a produção nacional de peixes – piscicultura – apresentou um aumento de 10,3%, chegando a 724,9 mil toneladas no último dia do ano, o que resultou em um valor de produção de R$ 7,7 bilhões, crescimento de 15,8% em relação ao ano anterior, no país.
A produção de peixes em Mato Grosso apresentou um aumento de 8,1% em 2024 – produzindo 41,6 mil toneladas de peixes, no último dia de 2024, gerando R$ 480,4 milhões em valor de produção. As espécies tambacu/tambatinga produzidas no estado são 47,2% da produção nacional, e as espécies pintado, cachara, cachapira e pintachara, surubim, correspondem a 59,5%.
Sorriso retoma a liderança na produção da aquicultura estadual, após uma década, com crescimento expressivo de 96,3% na produção em comparação ao ano de 2023 – um acréscimo de mais de 3,3 mil toneladas de peixes – O município alcançou 6,9 mil toneladas no último dia de 2024, equivalente a R$ 66,8 mil em valor de produção. Na sequência, destacam-se Alto Paraguai com 3,2 mil toneladas e Nossa Senhora do Livramento com 2,9 mil toneladas.
Em relação à produção nacional de pintado, cachara, cachapira e pintachara, e surubim, os municípios de Mato Grosso se destacam: Sorriso é o maior produtor, com 2.005,7 toneladas, seguido por Campo Verde, com 1.010,0 toneladas. Alto Paraguai, Nova Ubiratã, Juína e Nova Mutum ocupam as 6ª, 7ª, 8ª e 9ª posições, respectivamente. Quanto ao tambacu e tambatinga, também há destaque. Alto Paraguai é o maior município produtor no país, com 2.750,0 toneladas e, em 2º lugar está Nossa Senhora do Livramento, com 2.400,0 toneladas. Ainda no ranking nacional estão Sorriso, Nova Ubiratã, Canarana, Várzea Grande e São Félix do Araguaia respectivamente nas 4ª, 7ª, 8ª, 9ª e 10ª posições.
Quanto aos alevinos, Mato Grosso teve uma redução de 17,7% entre 2023 e 2024, quanto totalizou 49.742 milheiros.
PRODUÇÃO DE ORIGEM ANIMAL – Além do efetivo da pecuária e produção da aquicultura a PPM levanta a produção de origem animal: leite, ovos de galinha, mel, lã, casulos do bicho-da-seda; além da quantidade de vacas ordenhadas e ovinos tosquiados no ano.
LEITE – Em 2024, a produção de leite cresceu 1,4%, atingindo a marca recorde de 35,7 bilhões de litros, enquanto o número de vacas ordenhadas caiu novamente. Foram contabilizadas 15,1 milhões de vacas ordenhadas, 2,8% a menos que em 2023, sendo esse total de vacas ordenhadas o menor já registrado desde 1980. Observa-se um crescimento contínuo na produtividade brasileira, que, com incremento de 4,3%, chegou a 2.362 litros/vaca/ano.
Mato Grosso é o décimo quarto estado em produção de leite, com 432,5 milhões de litros produzidos em 2024, redução de 5,2% em relação a 2023.
OVOS DE GALINHA – A produção brasileira de ovos de galinha segue crescendo desde 1999, e alcançou 5,4 bilhões de dúzias em 2024, o que corresponde a um aumento de 8,6% em relação a 2023. O valor de produção atingiu R$ 31,9 bilhões, representando um crescimento de 4,9%, com o preço médio estimado em R$ 5,89 por dúzia.
Mato Grosso foi o 9º estado em produção de ovos de galinha em 2024, com 288,2 milhões de dúzias, o que corresponde a um aumento de 5,8% em relação ao ano anterior. O município de Primavera do Leste foi o 4º produtor nacional com 112,4 milhões de dúzias de ovos produzidas.
OVOS DE CODORNA – O Brasil produziu, em 2024, 258,8 milhões de dúzias de ovos de codorna. Neste mesmo ano, o estado de Mato Grosso teve uma produção de 2,8 milhões de dúzias de ovos de codorna se posicionando como 10º produtor nacional, com um aumento de 22,5% na produção do estado em relação a 2023. No entanto, no estado apenas 4 municípios foram produtores de ovos de codorna em 2024: Campo Verde, Sinop, Marcelândia e Porto Alegre do Norte.
MEL – Em 2024 o Brasil produziu 67,3 mil toneladas de mel, apresentando aumento de 4,9% em relação a 2023. Se colocando como o 14º estado em produção de mel, Mato Grosso gerou, em 2024, 760,7 toneladas do produto, aumento de 35,1% em relação ao ano de 2023.
Os dados são obtidos pela Rede de Coleta do IBGE, mediante consulta a entidades públicas e privadas, produtores, técnicos e órgãos ligados direta ou indiretamente à produção, comercialização, industrialização, fiscalização, fomento e assistência técnica à agropecuária. A unidade de investigação da pesquisa é o Município.
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