O Brasil ocupa atualmente a segunda colocação no ranking mundial de juros reais, com taxa de 9,51% ao ano, atrás apenas da Turquia (12,34%) e bem à frente de países como Rússia (4,79%), Colômbia (4,38%) e México (3,77%). A média global é de 1,45%.
O dado consta do levantamento divulgado pela MoneYou e Lev Intelligence, que calcula o juro real com base na inflação projetada para os próximos 12 meses (4,45%, segundo o Focus/BACEN) e na taxa de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em setembro de 2026. Para Raissa Florence, economista, o posicionamento do Brasil no topo do ranking evidencia a rigidez da política monetária local mesmo em um cenário de inflação sob controle.
“Há um descompasso entre o Brasil e o movimento global de afrouxamento monetário. Enquanto o Federal Reserve iniciou cortes e países emergentes buscam estímulo à atividade, o Brasil mantém juros reais elevados, o que atrai capital especulativo, mas trava crédito, investimento e eleva o custo do câmbio em momentos de instabilidade”, afirma Raissa.
A Selic segue em 15% ao ano, mesmo após sinais de desaceleração da inflação e da atividade econômica. O dado chama atenção num contexto de desaceleração global, aumento das tensões comerciais com os EUA e incertezas fiscais internas.
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