As formações acadêmicas que acabamos escolhendo podem ser mais compatíveis com as nossas personalidades do que imaginamos. Um estudo feito na Dinamarca aponta que o curso universitário eleito por um jovem tem relação direta com o seu tipo psicológico.
Os traços de comportamento analisados foram cinco: extroversão, abertura ao novo, neuroticismo, consciência e afabilidade.
Entenda a seguir as características mencionadas, e como elas aparecem nos alunos de diferentes áreas:
Extroversão
Este atributo mede a sociabilidade, o entusiasmo e a assertividade de um indivíduo. Segundo a estudiosa dinamarquesa, os dados mostram que estudantes de economia, direito, medicina e ciências políticas apresentam esse traço com frequência mais alta do que os formandos em artes, humanidades e outras ciências.
Abertura ao novo
Aqui, o que se avalia é a criatividade, a imaginação e a receptividade a novas experiências. Quem exibe esse traço costuma ter um amplo leque de interesses intelectuais. As maiores pontuações ficaram com os graduandos em artes, humanidades, psicologia e ciências políticas. Estudantes de engenharia, direito, economia e outras ciências tiveram notas mais baixas. Este foi o traço de personalidade em que as diferentes formações acadêmicas apresentaram diferenças mais profundas, segundo Vedel.
Neuroticismo
O neurótico se define, nesta acepção, pela ansiedade e pelas mudanças de humor. Ter uma nota baixa, aqui, significa ser mais estável e resiliente. O estudo aponta os matriculados em cursos de negócios e economia, na média, como os menos neuróticos. Os índices mais altos ficaram com os graduandos em artes e humanidades.
Consciência
Pessoas com alta pontuação neste quesito são organizadas, detalhistas, controladas e orientadas por objetivos. De acordo com a análise, os alunos de artes e humanidades tiveram notas consistentemente mais baixas neste ponto do que estudantes dos outros cursos.
Afabilidade
Nesta dimensão da personalidade, o que está sendo medido é o quão gentil, confiável e cooperativo é um indivíduo. Direito, negócios e economia tiveram pontuações mais baixas do que as demais graduações.
O que concluir?
Os resultados do estudo de Vedel podem ser interpretados sob dois ângulos diferentes.
Uma primeira hipótese seria a de que os universitários exibem certos comportamentos apenas em reação às características dos seus cursos. Um estudante de artes ou humanidades, por exemplo, seria mais aberto ao novo porque sua experiência universitária – das leituras ao ambiente acadêmico – o levariam a isso.
Longe de criar (ou reforçar) estereótipos, diz a estudiosa dinamarquesa, os resultados de seu estudo podem ser úteis para sofisticar o trabalho de especialistas em vocação orientacional. Se bem aplicadas, essas pistas podem ajudar os jovens a escolher as carreiras mais adequadas à sua forma de interagir com o mundo e, com sorte, evitar desistências no meio da faculdade.