A saúde no município de Primavera do Leste está, desde o início da atual gestão sendo bancada pela prefeitura em 90% dos atendimentos para evitar o colapso na saúde que outros municípios vivem em Mato Grosso.
Os atendimentos de média e alta complexidade são oferecidos para a população da cidade que não precisa migrar para Cuiabá em busca de atendimento.
A conclusão fica evidente quando se analisa os números dos relatórios da Secretaria de Saúde dos anos de 2013, 2014 e 2015, referentes à quantidade de procedimentos executados pelo município e os efetivamente pagos pelo Sistema Único de Saúde – SUS.
Segundo o secretário da pasta, Fabio Lago, o município faz desde o início desta administração, uma intensa peregrinação na Secretaria de Estado de Saúde, em Cuiabá e no Ministério da Saúde em Brasília, na tentativa efetiva de pactuar o custo dos serviços do município com os entes federados objetivando reduzir o ônus para os cofres municipais sem prejudicar o atendimento aos pacientes de Primavera do Leste.
Na semana passada, em mais uma reunião na Secretaria Estadual de Saúde em Cuiabá, o secretário Fabio Lago, acompanhado do prefeito Érico Piana, se encontrou com os secretários adjuntos da pasta, Maria Salete Ribeiro e Werley Silva Peres, para discutir a questão do município perante o Estado. “Primavera é o único município de médio porte que não recebe recursos para procedimentos de média e alta complexidade nas ações de Saúde” declarou Lago.
O secretário afirmou também que atualmente o único recurso do Estado direcionado ao município é para ajudar a pagar pelos serviços da UTI, em funcionamento desde janeiro de 2014. Mas os recursos estão chegando com um atraso de dois meses, o que compromete a manutenção dos leitos pela empresa administradora. “No caso da UTI, a prefeitura não tem obrigação de dar a contra partida, mas para não ter o serviço interrompido, acaba ajudando e como isso ainda não é o suficiente existe sempre o problema” explicou.
Primavera do Leste quer que o Estado olhe para o município da mesma maneira que para as outras cidades que possuem hospitais de referência e prestam serviços para a região. Durante a reunião, foram apresentados relatórios de execução financeira e quantitativa de procedimentos para a avaliação. “ Temos conseguido desenvolver muitas ações e executar um número muito excedente em relação ao que preconiza o Estado e o próprio Ministério da Saúde” afirmou.
Utilizando a tabela SUS como referência de valores, Fabio citou o ano de 2014, onde o município executou o valor de R$ 7.663.580,01 em procedimentos de média e alta complexidade na Saúde e recebeu do Ministério da Saúde,apenas R$ 2.906.952,00, gerando um déficit de R$ 4.982.823,24 no exercício. Outro exemplo que chama a atenção, citado pelo secretário, são os exames de ultrassonografia obstétrica, que o Ministério da Saúde paga o valor de R$ 24,25 para cada exame e limita em 518 exames por ano. A Secretaria de Saúde do município realizou em 2015, 1.633 exames a um custo de R$ 70,00 por exame, que totalizou a quantia de R 114.310,00, recebendo do governo apenas 12.561,50.
Após a reunião, o prefeito Érico Piana declarou que as reivindicações do município foram encaminhadas e acredita que a atual gestão estadual reconhece que as demandas de Primavera do Leste são justas e a pactuação dos serviços com o município deverá ser alcançada.