Na palestra ”Personagens invisíveis do agronegócio”, durante o Fórum das Cadeias Produtivas, durante a 52ª Expoagro Inovadora, o ex-ministro da Agricultura (2002 e 2006) e atual coordenador de Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o agrônomo Roberto Rodrigues falou sobre os desafios do agronegócio brasileiro no cenário mundial.
Roberto Rodrigues pontuou os principais desafios do setor, em especial, a necessidade de uma estratégia integrada de políticas públicas voltada para fortalecer o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Ele ressaltou que no país existe uma plataforma diferenciada, com espaço territorial capaz de absorver, dentro dos paramentos ambientais, vários investimentos no agronegócio.
“Os principais gargalos do agro estão nas políticas de renda, incluo a logística, e nas políticas de comerciais. Somente uma parceria público-privado pode fazer com que o agronegócio sai do buraco, que foi o modelo de concessão montada pela Dilma, onde o investidor não tem lucro. Então ninguém quer investir assim. Faltam regras. Com regras claras, nos poderemos buscar investimentos internacionais”, analisou Roberto Rodrigues.
Quanto as políticas de renda, Roberto Rodrigues elegeu pontos como a modernização e flexibilizações do crédito rural; maior abrangência do seguro rural; políticas mais avançadas no preço de garantia, a Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM); montar uma rede de logística de escoamento; e a progressão do mercado futuro.
A respeito das políticas comerciais, Roberto Rodrigues apontou a necessidade da efetivação de acordos bilaterais entre o Mercosul, União Européia e o bloco econômico do Tratado Transpacífico (TPP), formado por Estados Unidos, Japão, Austrália, Brunei, Canadá, Chile, Peru, Malásia, México, Nova Zelândia, Cingapura e Vietnã; agregação de valor ao produto; e fortalecimento do Mercosul.
O palestrante mostrou-se otimista com a escolha do senador Blairo Maggi (PP/MT) para comandar o Ministério da Agricultura. “O governo da Dilma explodiu com o agronegócio! Me parece, que o governo de Michel Temer tem claro esse processo de fortalecimento da agricultura no país, tanto é que colocou o Maggi no ministério. O Maggi entende, e muito, de agricultura e também entende de gestão, pois já foi governador desse Estado duas vezes. Estamos confiantes”, previu.