O encontro “Oportunidades e Cooperação entre Mato Grosso e Suíça”, realizado na tarde desta quarta-feira (07), no auditório da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt), reuniu em Cuiabá empresários, representantes setoriais e profissionais do Estado de Mato Grosso que buscam novas oportunidades para o comércio internacional.
O evento contou com um painel de apresentação de André Regli, embaixador da Suíça no Brasil, Philippe Praz, diretor da Swiss Business Hub Brazil, Lucas Barros, secretário adjunto de Indústria e Comércio de Mato Grosso (Sedec) e do presidente do Sistema Fiemt, Jandir Milan.
Durante o evento foram apresentados por André Regli, dados macroeconômicos do país e as relações bilaterais entre a Suíça e o Brasil. Já Philippe Praz, falou dos principais setores econômicos da Suíça e as oportunidades de investimentos. Lucas Barros apresentou os setores potenciais de Mato Grosso, e Jandir Milan, mostrou os números da indústria do estado e a importância da cooperação comercial.
Em entrevista ao Mato Grosso Econômico, Jandir Milan, presidente do Sistema Fiemt, relatou que uma das maiores deficiências do Estado é a logística e disse que é possível trazer muitos exemplos da Suíça para contribuir com o desenvolvimento industrial do estado. “A Suíça é muito eficiente na área de logística, é um país totalmente montanhoso, mas que tem uma ferrovia que funciona bem, integrando toda a Europa. Aliando o know-how deles com investimentos chineses o estado pode ser beneficiado” declarou.
Já o embaixador da Suíça no Brasil, André Regli relatou a crise econômica no Brasil e na Europa foram os fatores que influenciaram a queda nas transações econômicas entre o Brasil e a Suíça no ano passado, mas está confiante que nos próximos anos esses números voltem a crescer através do tratado de livre comércio. “Estou muito feliz que na próxima semana estamos começando uma negociação entre Mercosul, Banco do Brasil e a Suíça sobre um tratado de livre comércio que vai aumentar a exportação da carne brasileira para a Suíça e produtos industriais da Suíça para o Brasil” declarou o embaixador ao Mato Grosso Econômico.
Para o secretário adjunto de Indústria e Comércio de Mato Grosso (Sedec), Lucas Barros, há uma perspectiva de crescimento na comercialização entre a Suíça e o Brasil, principalmente nos produtos oriundos do agronegócio que podem reverter os números negativos apresentados entre os anos de 2015 e 2016. “Existe uma sinergia boa. Acredito que maquinários, carnes e outros produtos oriundos da agricultura podem aumentar o fluxo de negócios entre os países. Estamos entendendo as necessidades para desenvolver um projeto e estimular a cooperação entre Mato Grosso e a Suíça”, disse Lucas.
A economista Edijeide Freitas participou do evento e acredita que o encontro pode contribuir muito com Mato Grosso. Ela relatou a admiração pela Suíça, disse que já visitou o país algumas vezes e ficou encantada com o funcionamento das coisas. Na sua visão é um dos países mais desenvolvidos da Europa. “Mato Grosso tem muito que aprender com a Suíça, principalmente em logística, tecnologia e sustentabilidade que funcionam muito bem por lá” destacou.
Luciene Cunha, empresária no segmento de performance (SB Coaching), participou do evento para conhecer um pouco mais sobre o desenvolvimento da Suíça. De acordo com ela, o que mais impactou foi a facilidade, seriedade e ética de como eles trabalham. “É apaixonante, Nós temos muitas coisas para evoluir ainda no Brasil”, disse a empresária.
Rommel Kunze, produtor cultural e editor de livros e revistas, relatou a admiração pelo processo que a Suíça trabalha na questão do desenvolvimento das pessoas. “Eles evoluiram bastante na área de desenvolvimento intelectual. Então a gente percebe que o investimento que eles fazem na educação também é muito importante. Foi muito válido o evento”. De acordo com Rommel, esse exemplo poderia ser adotado no Brasil, capacitando profissionais na área técnica e industrial.
José Carlos Dorte, assessor institucional da Fiemt, relatou a importância do encontro, onde a Suíça deixou claro aos participantes suas áreas potenciais. “Eles são referência em tecnologia industrial, ciências, ensino e desenvolvimento. Para que Mato Grosso se insira nesse mercado internacional é preciso evoluir a relação entre os países e ter as devidas certificações”, finalizou.