Parece estranho, mas é realidade. Os bancos lançaram ontem (27), o crediário do cartão de crédito, uma nova forma de parcelamento de compras que pretende mudar o tradicional 10 vezes sem juros do país.
As instituições financeiras devem começar a oferecer esse produto em abril. O comércio queria essa modalidade implantada há muitos anos.
O novo produto será oferecido como uma alternativa -com juros- para compras parceladas, e o primeiro alvo serão as lojas que não oferecem a clientes opções de parcelamento.
Para convencer os varejistas de que a linha é vantajosa, bancos deverão fazer o pagamento ao comércio em até cinco dias – o prazo final dependerá de cada bandeira, segundo a Abecs (associação da indústria de cartões).
Essa era uma das principais reivindicações do comércio, que reclama do longo prazo de recebimento.
Atualmente, vendas no cartão, sejam à vista, sejam parceladas, são pagas em 30 dias para o lojista. Cada parcela aguarda mais 30 dias para chegar ao lojista, seguindo o fluxo de pagamento de fatura do cliente. Se ele quiser receber antes, o custo é maior.
No projeto, a principal atuação da Abecs foi uniformizar como serão feitas as simulações de juros, taxas e custo da nova linha.
Essa nova linha é uma frente de uma batalha dos grandes bancos para acabar com o que chamam de distorção do país com o amplo uso do parcelamento sem juros.
O lojista decide vender a prazo e espera para receber os recursos. Não corre, porém, o risco de calote do comprador, que fica com o emissor do cartão de crédito.
O consumidor tem o hábito de pagar juros embutidos e achar que é "sem juros". Os bancos que assumem o risco do calote, pois o lojista recebe independente se o cliente pagou ou não o cartão de crédito.
Para funcionar o novo sistema, o varejo precisaria adotar preços diferentes por forma de pagamento, algo que passou a ser permitido por lei no fim de 2016, mas que, na prática, não pegou. Portanto, até o momento, comprar à vista ou à prazo "sem juros", ainda é praticada pelo mercado, no entanto talvez isso possa mudar daqui pra frente, avalia o MT Econômico.