Ao menos 20% da soja de Mato Grosso exportada para União Europeia e para a China são provenientes de fazendas com desmatamento ilegal. Dados foram divulgados nesta quinta-feira (11) e são de iniciativa da Trase e do Instituto Centro de Vida (ICV) e Imaflora.
Derrubada irregular está presente tanto na Amazônia quanto no cerrado e no Pantanal, importantes biomas na região. De acordo com os pesquisadores, entre 2012 e 2017 cerca de 27% do desmatamento no estado ocorreu em áreas com plantação de soja, em médias e grandes propriedades.
Grande concentração de devastação foi registrada em 400 fazendas, o equivalente a 80% do total. Isto representa apenas 2% das propriedades rurais de Mato Grosso.
Estas ilegalidades ocasionam a contaminação da cadeia. Isto porque os grãos de diferentes produtores são misturados na estocagem. Logo, a soja cultivada em uma fazenda de desmatamento ilegal pode acabar se misturando com produtos de fazendas que respeitam a legislação ambiental.
Temática é polêmica e gera várias repercussões econômicas, principalmente nas negociações com países europeus. Alguns países, como a Holanda, criticam o falto de o grão ser obtido à custa da destruição do meio ambiente, o que dificulta acordos comerciais com o Brasil.
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