Mesmo após o Governo Federal zerar a taxa de importação do arroz, o produto alimentício continuou subindo em algumas regiões do país um dia após a decisão. A medida foi realizada essa semana pelo Comitê-Executivo de Gestão (Gecex) da Câmara de Comércio Exterior (Camex) e vale até 31 de dezembro deste ano.
O Comitê-Executivo de Gestão (Gecex) é o núcleo executivo colegiado da Camex, responsável por definir alíquotas de importação e exportação, fixar medidas de defesa comercial, internalizar regras de origem de acordos comerciais, entre outras atribuições.
O intuito do governo é controlar a alta desenfreada que vem acontecendo no mercado interno e estimular uma concorrência externa para conter os preços. Em alguns supermercados do país o preço do pacote de arroz chega a R$ 40,00.
Segundo os produtores, o preço do arroz está defasado há 10 anos e diante desse e de outros motivos, o aumento foi inevitável.
Em relação à possível escassez que poderia ocorrer com o aumento do consumo, o produto não deve acabar nas gôndolas dos supermercados. Alguns produtores estão aguardando para vender parte de sua produção e isso pode ocasionar ainda mais elevação nos preços, quando em algum momento o mercado entrar num ciclo de "falta temporária", avalia o MT Econômico.
Na visão de alguns produtores a abertura do mercado externo, com a decisão do governo em zerar a alíquota de importação é que os países não conseguirão suprir a demanda do Brasil e com isso, pode haver mais aumento do produto e valorização do arroz brasileiro. Hoje, a alíquota que foi zerada estava fixada aos países fora do Mercosul em 12% sobre o grão beneficiado e 10% para o grão em casca.
Aumento do preço dos alimentos
A lei da oferta e procura que regula o mercado tem contribuído para a alta dos alimentos, não apenas do arroz, mas também da cesta básica, mobilizando os Procons de todo país a pedirem intervenção do governo, conforme noticiado pelo MT Econômico anteriormente aqui.
O auxílio emergencial oferecido pelo Governo Federal para conter o impacto financeiro das famílias durante a pandemia do coronavírus se reverteu em consumo imediato, causando aumento da procura de alimentos e consequentemente elevação dos preços. Com o isolamento social as pessoas estão mais em casa e isso aumenta a necessidade de produtos alimentícios.
Outro fator é a alta do dólar que faz com que os produtores optem pela exportação ao invés de depender apenas do mercado interno.
E também, o aumento no preço dos combustíveis faz com que a logística dos produtos alimentícios tenha elevação de custo, sendo repassado ao consumidor final.
Vamos acompanhar como será o andamento da situação e esperamos que seja normalizada.
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