Responda rápido: quanto tempo você passou conectado nos últimos meses, seja trabalhando ou navegando nas redes sociais? Imagino que muitas e muitas horas. Aconteceu comigo. Meu tempo no smartphone e no laptop aumentou consideravelmente na pandemia. O relatório de uso do meu celular não nega.
Estamos mais online do que nunca e esse novo jeito de viver revela dois lados de uma mesma moeda para as marcas. Ao mesmo tempo em que é um desafio, já que sua empresa está disputando a atenção do exigente consumidor no digital, especialmente nas redes sociais, é uma oportunidade para fazer diferente, engajar e vender mais. É muito mais do que likes. Mas como fazer isso? Qual é o segredo do sucesso?
A chave está em um conteúdo rico e na experiência. E para produzir esse conteúdo rico é preciso resolver a dor, ou o problema do cliente. Nesse cenário, conhecer o cliente é vital. E é aqui que entra a tecnologia e ela pode, sim, ajudar sobremaneira. Mapear as preferências do cliente por meio de pesquisas ou rastreando dados de forma anonimizada, respeitando a?Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), é o caminho a ser seguido.
A cultura de dados é, portanto, um diferencial importante. Mas isso não significa apostar todas as fichas na tecnologia. É preciso criar uma mentalidade voltada para dados. Se toda empresa é uma empresa de tecnologia, essa estratégia faz todo o sentido. E nessa jornada, ser uma companhia baseada em dados e algoritmos não é mais fator de diferenciação, virou regra. A tecnologia sem dúvidas vai ajudar, mas é como diz o ditado: "Uma andorinha só não faz verão".
Os dados precisam ser como um patrimônio da empresa. Essa mentalidade deve estar enraizada em todas as áreas e todas as hierarquias, já que nem sempre as ideias mais disruptivas vêm da liderança. Acredito que a consistência de dados e uma relação cada vez mais próxima e personalizada entre marca e cliente serão a grande virada das companhias nos próximos meses.
Somada à cultura de dados, é preciso comunicar da forma adequada e para a pessoa certa. Reflita se a sua comunicação fala sobre as dores do seu cliente e se sua estratégia leva em consideração a jornada de experiência dele. Se sua resposta for sim, excelente! Você está no caminho certo. Se ficou em dúvida, repense agora mesmo sua estratégia. O digital impôs um ritmo acelerado de mudanças. Levar meses para mudar o que não está dando certo pode causar sérios problemas ao negócio e até mesmo irreversíveis.
O engajamento e as vendas somente vão acontecer se, de fato, sua empresa se preparar tecnologicamente e estruturalmente para a nova era do consumo.
Cristovão Wanderley é sócio-diretor geral da Stratlab Inteligência Digital e Especialista em Tecnologia e Dados
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