Nos primeiros quatro meses de 2021, o estado de Mato Grosso registrou aumento de 26,2% na arrecadação em relação ao ano anterior. Os dados foram apresentados ontem (31) pelo secretário de Fazenda, Rogério Gallo, de forma virtual, durante audiência pública para a Comissão de Fiscalização e Acompanhamento da Execução Orçamentária (CFAEO), da Assembleia Legislativa.
Os números apresentados apontam um crescimento recorde, impulsionado pelo agronegócio, que sozinho teve um crescimento de 33,7% no primeiro quadrimestre de 2021. O setor exportou R$ 10 bilhões a mais no período, em relação ao ano anterior. Já o faturamento total tributável em Mato Grosso teve um aumento de quase 44% a mais que em 2020, passando de R$ 119.584 para R$ 172.534 milhões, gerando superávit e superando os efeitos econômicos negativos causado pela pandemia da Covid-19.
Em Mato Grosso outro grande responsável pelo superávit foi a arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que teve um crescimento de 60% na agropecuária, 25% no comércio e serviços e 40% na indústria, em 2021, comparando ao mesmo período de 2020, o que permitiu um repasse aos municípios 32,1% maior que o realizado em 2020.
Inflação
Os efeitos da inflação também contribuíram para o aumento na arrecadação. O aumento no preço dos produtos e serviços já é sentido no bolso dos mato-grossenses, segundo avaliação do MT Econômico.
Apenas o combustível esse ano, já registrou mais de 10 aumentos. Do ano passado para cá, o etanol que custava R$ 2,19/litro na capital do Estado, Cuiabá, hoje em dia já é vendido a R$ 4,38/litro, praticamente o dobro do preço. Conforme noticiado pelo MT Econômico anteriormente aqui, o penúltimo aumento do biocombustível elevou o preço para R$ 4,17/litro. Na semana passada teve um novo aumento e já tem postos comercializando o etanol a R$ 4,38/litro. Vale lembrar que o Estado é produtor de etanol, mas mesmo assim, tem custos elevados para o consumidor final.
Outro vilão da inflação tem sido o preço dos alimentos. A carne registrou forte elevação em Mato Grosso de 2020 para cá. Em junho pode ainda ter um novo aumento. Entenda os motivos aqui.
E por fim, além do preço dos combustíveis e alimentos subindo, a construção civil também é um setor que tem registrado aumento no custo dos insumos, incluindo ferro, cimento, areia, brita entre outros. Veja aqui o percentual de aumento de alguns materiais noticiado pelo MT Econômico desde o ano passado.
Com os produtos mais caros no mercado todos acabam pagando mais caro para viver e isso influencia no aumento da arrecadação tributária. Se por um lado é bom para o poder público, por outro, os consumidores precisam ficar atentos aos gastos e endividamento, pois o salário não tem aumentado na mesma velocidade que o custo de vida. Fique atento, é a dica que o MT Econômico deixa para você.