Em pleno pico do período de seca no Estado, os mato-grossenses vão se deparar, a partir de hoje (1º), com mais um custo sobre o consumo de energia elétrica. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) confirmou ontem a criação de uma nova faixa dentro da Bandeira Tarifária, a chamada Bandeira Tarifária da ‘Escassez Hídrica’, cujo valor extra da taxa será de R$ 14,20 pelo consumo de 100 kWh. Na prática, quem paga R$ 100 de energia, irá pagar – mantendo o mesmo consumo – R$ 114,20. O novo patamar tem vigência até 30 de abril de 2022. Até agora, o valor cobrado era de R$ 9,492.
A medida impacta diretamente os mais de 1,5 milhão de unidades consumidoras mato-grossenses pertencentes à Energisa. Vale lembrar que desde abril os consumidores passaram a pagar, em média, 8,90% a mais sobre o consumo, em razão do reajuste anual concedido à concessionária, pela Aneel.
O diretor-geral da Aneel, André Pepitone, durante em coletiva, deu um exemplo simples do impacto do novo patamar. “A tarifa média no Brasil é de R$ 60. Somando a bandeira tarifária válida no momento, a conta fica, até o momento, em R$ 69,49. Com o novo valor, a conta sobe, no exemplo, para R$ 74,20, um aumento de 6,78%”.
No fim de junho, a Agência já havia anunciado um reajuste na tarifa da bandeira vermelha 2, a mais cara até então, que ficou em R$ 9,49 ou 52% mais cara no mês seguinte.
A alta do preço ocorre em meio à maior estiagem enfrentada pelo Brasil dos últimos 91 anos, o que obrigou que o sistema de geração de energia tivesse ajuda de usinas termelétricas, cujo custo de operação é bem mais alto.
“A bandeira subiu e ia subir mais. Eu sugeri moderação: sobe um pouco mais, mas por mais tempo, porque precisamos repor os reservatórios. É melhor subir um pouco por mais tempo do que subir mais por apenas três meses”, disse.
Leia também: Hospitais e entidades filantrópicas terão desconto no ICMS sobre a energia elétrica