A Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) confirmou a ocorrência não de um, mas de dois casos atípicos de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB) – conhecida como o “mal da vaca louca” – em frigoríficos de Nova Canaã do Norte (MT) e de Belo Horizonte (MG) e com isso fará um auto embargo em relação à China.
Estes são o quarto e quinto casos de EEB atípica registrados em mais de 23 anos de vigilância para a doença, como destaca o Mapa. O Brasil nunca registrou a ocorrência de caso de EEB clássica.
Após a confirmação, na data de 3/9/2021 em Alberta, no Canadá, o Brasil notificou oficialmente à Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), conforme preveem as normas internacionais. No caso da China, em cumprimento ao protocolo sanitário firmado entre o país e o Brasil, ficam suspensas temporariamente as exportações de carne bovina. A medida, que está em vigor desde sábado (4) valerá até que as autoridades chinesas concluam a avaliação das informações já repassadas sobre os casos.
Os dois casos de EEB atípica – um em cada estabelecimento – foram detectados durante a inspeção ante-mortem. Trata-se de vacas de descarte que apresentavam idade avançada e que estavam em decúbito nos currais.
REPERCUSSÃO – Mato Grosso detém o maior rebanho bovino comercial do País, com cerca de 30 milhões de cabeças. De acordo com a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), os casos atípicos têm um risco sanitário insignificante. “É uma forma degenerativa [da doença], de animal velho mesmo”, disse o presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Oswaldo Pereira Ribeiro Júnior. “A gente espera que em questão de semanas o mercado já deva estar liberado”.
STATUS SANITÁRIO – A EEB atípica ocorre de maneira espontânea e esporádica e não está relacionada à ingestão de alimentos contaminados. Todas as ações sanitárias de mitigação de risco foram concluídas antes mesmo da emissão do resultado final pelo laboratório de referência da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), em Alberta, no Canadá. Portanto, não há risco para a saúde humana e animal.
O Mapa esclarece que a OIE exclui a ocorrência de casos de EEB atípica para efeitos do reconhecimento do status oficial de risco do país. Desta forma, o Brasil mantém sua classificação como país de risco insignificante para a doença, não justificando qualquer impacto no comércio de animais e seus produtos e subprodutos.
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