No começo da noite de ontem, após um levantamento junto aos postos varejistas, o Sindipetróleo (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis de Mato Grosso) informou que a paralisação de parte do setor de transporte de cargas ainda não afeta o suprimento ao Estado. A população teme não apenas o desabastecimento, como também, uma nova alta sobre os valores de bomba em razão da possível escassez de oferta, que pode ocorrer, caso os manifestos se alongue para até o final desta semana.
Muitos veículos com cargas não-perecíveis, estão sendo impedidos de seguir viagem nas BRs que cortam Mato Grosso, como nas proximidades de Rondonópolis, Primavera do Leste, Lucas do Rio Verde, Matupá, Campo Verde, Nova Mutum,Várzea Grande, Confresa, Sorriso e Sinop.
O Sindicato destaca que segue monitorando a situação dos estoques de combustíveis em Mato Grosso. “A grande maioria dos postos revendedores não relata falta de produtos. Assim, não é possível falar em desabastecimento, já que alguns postos conseguiram receber cargas, mesmo diante dos bloqueios nas rodovias”, frisa trecho da nota enviada.
Alguns revendedores citaram demora na reposição de estoque. “São mínimos os relatos em que postos encontram dificuldades de abastecer. Em algumas cidades, como Sinop, por exemplo, filas de veículos estão se formando mais por conta do temor de ficar sem produtos”.
Sobre a paralisação, o Sindipetróleo diz que as informações dão conta de que o movimento não tem uma única coordenação, ficando difícil saber onde e quando os caminhões-tanques estão passando.
“O Sindipetróleo acredita que, dada a situação econômica do país, as paralisações dos motoristas dificilmente irão perdurar”.
O MOVIMENTO – Na tarde de ontem, a Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística) emitiu nota de repúdio às paralisações “organizadas por caminhoneiros autônomos com bloqueio do tráfego em diversas rodovias do País, por influência de supostos líderes da categoria. “Trata-se de movimento de natureza política e dissociado até mesmo das bandeiras e reivindicações da própria categoria, tanto que não tem o apoio da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos”, diz trecho da nota.
Assinada pelo presidente da entidade, Francisco Pelucio, a NTC se preocupa com os bloqueios nas rodovias, pois eles poderão causar sérios transtornos à atividade de transporte realizada pelas empresas, com graves consequências para o abastecimento de estabelecimentos de produção e comércio, atingindo diretamente o consumidor final, de produtos de todas as naturezas inclusive os de primeira necessidade da população como alimentos, medicamentos, combustíveis etc.
A NTC deixa claro que não apoia esse movimento, repudiando-o, orientando as empresas de transporte a seguirem em sua atividade e orientando os seus motoristas para em caso de bloqueio ao trânsito dos seus veículos acionarem imediatamente a autoridade policial solicitando sua liberação.
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