O cenário de adiantamento da semeadura da soja, em Mato Grosso, está influenciando as boas perspectivas para o plantio do milho dentro da janela ideal. Diante deste contexto, o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) projeta que cerca de 91,97% da área destinada ao milho no Estado poderá estar semeada até o fim de fevereiro de 2022, ou seja, dentro da janela ideal de cultivo do cereal. Ainda como destacam os analistas, essa realidade, inversa ao que vivenciou na última temporada, “é um fator positivo para o rendimento das lavouras”.
Para a nova safra do cereal, a 2021/22, o Imea manteve o aumento de área esperada em 6,44% quando comparado a safra anterior, o que totaliza uma cobertura de 6,22 milhões de hectares, a maior já verificada ao cereal no Estado.
A superfície plantada está estimada mediante um cenário otimista, pautado pela demanda aquecida e pelos preços em altos patamares. “Além disso, o panorama está favorável para a semeadura do cereal dentro da janela considerada ideal, uma vez que o cultivo da soja está ocorrendo de forma acelerada atingindo avanços recordes semanais”, reforçam os analistas.
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Para a produtividade, justamente pelo plantio adiantado da soja, bem como as previsões iniciais de chuvas indicando volumes acima da média histórica, “há perspectiva positiva quanto aos rendimentos do milho no Estado, podendo ele chegar a 106,09 sacas por hectare (sc/ha), ficando 14,51% acima do ano anterior”.
Com a manutenção das estimativas de área e produtividade, a produção para a safra 2021/22 segue em 39,57 milhões de toneladas, um acréscimo de 21,53% frente ao observado na safra 2020/21, cravando um novo recorde de oferta para série histórica do milho mato-grossense.
ATENÇÃO – No entanto, é importante pautar que a menor oferta mundial de fertilizantes e valorização dos preços já afeta os custos de produção da safra mato-grossense e pode implicar sobre a quantidade de aplicações utilizadas nas áreas de segunda safra. “Caso isso ocorra, o potencial produtivo da cultura pode ser afetado, o que é um ponto de atenção quanto aos rendimentos futuros do cereal. Sendo assim, o Instituto segue acompanhando o cenário internacional do mercado dos fertilizantes, bem como os impactos que podem ocorrer nas compras e entregas para a próxima safra”.