O volume de animais confinados neste ano, em Mato Grosso, cresceu 1,84% quando comparado ao consolidado no ano passado e soma 837.770 animais. Conforme o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), diferente do cenário satisfatório que o mercado vivenciava em meados de 2021, o último quadrimestre do ano está sendo marcado por tensões quanto à precificação da arroba, que recuou 10,47% na passagem de setembro para outubro, o que desanimou parte dos atuantes da área e levou muitos ao prejuízo por cabeça de bovinos negociado.
“Parte dos confinadores buscou alternativas para se esquivar da situação e tentar gerar um menor prejuízo possível. Dentre as alternativas, esteve o remanejamento de animais para o pasto, principalmente do rebanho que seria designado para o terceiro giro de confinamento”.
No meio do caminho, os criadores foram pegos de surpresa com a confirmação de dois casos de vaca louca no Brasil – um em Mato Grosso e outro em Minas Gerais – que mesmo considerados ‘atípicos’, fizeram o mercado chinês se fechar à carne bovina nacional, e conseqüente à mato-grossense, decisão que trouxe cotações abaixo e certa paralisia ao mercado.
“Esse fator influenciou para o recuo no volume estimado de animais confinados no Estado que resultou em 837.770 animais. Nesse sentido, a entrega dos animais que iriam ocorrer com mais força em outubro (segundo o levantamento de julho), agora passou a ser estimado para dezembro, pois a engorda no pasto leva um pouco mais de tempo para terminar o animal. Nesse mesmo período é estimado que a Bolsa volte a operar próximo dos R$ 300/@ no Estado. Além disso, pode-se observar que a procura pelos mecanismos de proteção aumentou em 2021, principalmente porque os pecuaristas estiveram com receio de que a arroba pudesse cair ainda mais diante da suspensão da China. Vale destacar que 11,40% do total dos entrevistados informaram ter fechado contrato a termo com a indústria, enquanto 7,03% travou na Bolsa De Valores. Por fim, mesmo que a capacidade estática tenha aumentado nas instalações, diante da conjuntura atual, o percentual de utilização reduziu de 100,20% em 2020 para 82,90% em 2021 na média mato-grossense”.
A pesquisa do Imea contou com a participação de 138 informantes, o que correspondeu com 75,41% do total da amostra em análise. Com isso, cerca de 59,00% dos entrevistados informaram que confinaram ou pretendem confinar em 2021, enquanto aproximadamente 41% não irão realizar o confinamento.