De janeiro a outubro, as vendas de combustíveis, em Mato Grosso, cresceram 7,9%, quando comparadas a igual intervalo do ano passado. O saldo de consumo revela o recuo na comercialização do etanol hidratado, refletindo a alta de preços, e a disparada na preferência pela gasolina, matriz que exibe incremento de 20%, nos dez primeiros meses desse ano.
Dados atualizados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) mostram que os mato-grossenses consumiram 4,41 bilhões de litros no período, ante 4,09 bilhões de litros de janeiro a outubro do ano passado.
Considerando as matrizes mais utilizadas no Estado – etanol, gasolina e óleo diesel – em volume o diesel segue sendo o maior consumo, mas é a gasolina que vem agregando preferência e por mais um mês liderar a preferência dos consumidores.
O tipo comum do derivado de petróleo soma movimentação de 482,32 milhões de litros, 20% a mais do que os 402,09 milhões de litros comercializados de janeiro a outubro do ano passado. Conforme o mercado, a demanda pela gasolina é reflexo imediato da disparada dos preços do etanol hidratado, que no mesmo período de comparação revela majoração de quase 70% em Mato Grosso.
Nos últimos dias, os postos baixaram o preço do etanol de forma acentuada visando recuperar as vendas e desencalhar os estoques. O desconto sobre o litro do etanol chega a R$ 0,60 centavos, conforme noticiado pelo Mato Grosso Econômico aqui.
A gasolina também aponta alta – até outubro, de mais de 40% – no Estado. No entanto, passou a ser preferência em detrimento do biocombustível, que na relação de 70/30, passa a ser mais vantajosa sob o ponto de vista econômico por render mais por quilômetro rodado. Outubro, por exemplo, somou 54,65 milhões de litros comercializados, o maior volume para o mês em sete anos.
Na outra ponta, depois de exceder a margem de 70% do valor da gasolina, o etanol foi deixando de ser preferência e as vendas vêm caindo em 2021. Em dez meses foram 726,22 milhões de litros ante 745,12 milhões de litros vendidos em igual momento de 2020. A queda de 2,5% mostra que o volume comercializado do biocombustível é o menor do período em quatro anos, no Estado.
Já o óleo diesel, que tem quase 70% de seu consumo demandado pelo agronegócio mato-grossense, registrou em outubro a venda de mais de 318 milhões de litros, o maior mensal já registrado na série histórica da ANP, no Estado, desde 2000. No acumulado do ano, o crescimento sobre o consumo é de 9,3%, somando em 2021, 2,98 bilhões de litros ante 2,72 bilhões no ano passado.