A projeção inicial da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) de que Mato Grosso poderia ofertar mais milho do que soja na safra 2021/22 vai se confirmando com o fim do cultivo da oleaginosa, etapa essa realizada sem interferências climáticas, garantindo janela ideal às lavouras e assim, desenhando um cenário positivo do milho, cultura de segunda safra no Estado.
A maior oferta do cereal também é destacada pelos analistas do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) que atualizaram as projeções ao milho e elevaram a estimativa de produção para 39,65 milhões de toneladas. A soja, carro-chefe do agro estadual, deve somar 38,13 milhões toneladas (t). A área também deve se confirmar a maior já destinada ao cereal, passando de mais de 6,2 milhões de hectares (ha)
Como explicam os analistas do Imea, diante da proximidade da semeadura do cereal 2021/22, os produtores mato-grossenses começam a ter uma melhor definição da área a ser destinada ao cultivo do milho. “Diante de fatores como esses, o Imea revisou positivamente a área do milho no Estado em 0,20% ante o último relatório, ficando projetada em 6,23 milhões de ha. Com a alteração da área e a manutenção da produtividade prevista em 106,09 sacas por hectares (sc/ha), a produção passa a ser estimada em 39,64 milhões de t”.
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É claro que toda construção da estimativa depende do fator climático, “será um ponto decisivo para esta safra, o que pode beneficiar o milho devido aos modelos climáticos que apontam para volumes acima da média dos últimos cinco anos para a maior parte do Estado em janeiro, quando se inicia a semeadura do cereal”, acrescentam os analistas.
Mesmo com a projeção de chuvas na hora e no volume ideal, a maior umidade prevista nesse período traz um ponto de atenção quanto ao planejamento dos produtores frente às condições climáticas no período da colheita da soja no Estado, a fim de que isso não limite a disponibilidade de área para a semeadura do milho dentro da janela ideal de plantio em Mato Grosso que se encerra no final de fevereiro.
“Mesmo que as previsões iniciais indicarem que 91,97% das áreas de milho serão semeadas dentro da janela ideal de plantio, o ritmo no avanço da colheita da soja será um fator decisivo para que isso se consolide e nesse sentido, as condições climáticas nesse período serão determinantes e ainda seguem em aberto”, pontua o Imea.
EXPANSÃO – O incremento de área, que corresponde a um incremento de 6,64% em relação a temporada anterior, também se alicerça na valorização no preço do milho nas últimas safras e elevada demanda do cereal. “Embora a nível estadual a alteração da área tenha sido pequena, quando olhamos para as regiões, a centro sul ganha destaque com uma variação positiva de 2,39% ante a última estimativa, este incremento foi pautado, principalmente, pelo cenário da semeadura de soja adiantada na região. Por outro lado, a oeste exibiu uma retração de 1,22% ante a estimativa anterior, isso porque, as áreas de algodão que foram convertidas em milho na safra anterior, devido às intempéries climáticas da temporada, tendem a regressar para a cultura do algodão, uma vez que o adiantamento da semeadura da soja aponta para boas perspectivas quanto à área a ser semeada de algodão dentro da janela ideal de plantio do Estado”.