Fim de ano chegou e com ele o período de festas e confraternizações familiares. Nas ceias, entre os pratos mais comuns está a carne suína. Além de ser tradição de consumo nessa época, este tipo de carne está custando até 40% menos do que a carne bovina, devido aos aumentos ocorridos em 2020 e 21.
O aumento no consumo da carne suína foi percebido ao longo do ano, o que deu certo alívio para os suinocultores que amargavam redução na receita em função da diferença negativa que obtinham na relação entre o preço do quilo do suíno vivo e o custo de produção. Para se ter uma ideia, entre 2018 e 2021, o custo para produzir um quilo de suíno vivo em Mato Grosso saltou 84%, o que pesou na receita dos criadores. “Esse movimento no consumo interno possibilita que o suinocultor recupere um pouco a receita que deixou de ganhar ao longo do ano”, afirma o diretor executivo da Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), Custódio Rodrigues.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic) apontam que o consumo de carne suína atingiu 18,71 kg per capita no 3° trimestre deste ano, aumento de 13,6% em relação aos 16,47 kg de igual trimestre em 2020, e de 15,7% sobre o mesmo período de 2019. Este é o maior volume na série histórica, iniciada em 2018, e deve ser ainda maior no 4° trimestre.
“O consumo de carne suína tradicionalmente aumenta no fim do ano por causa das festas. Pensando nisso, alguns criadores até seguram os animais por mais tempo, para engordar mais, e vendem agora, quando a procura é maior”, acrescenta o presidente da Acrismat, Itamar Canossa.
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COTAÇÃO – Relatório divulgado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) referente à semana passada aponta cotação média de R$ 5,68/kg de suíno vivo no Estado, leve queda em relação aos R$ 5,86 da semana anterior. Já no atacado, apesar da queda de 1,38% no preço da carcaça, alguns cortes suínos apresentaram alta como paleta sem osso (+13,01%) e o pernil com osso (+6,07%), influenciados justamente pelo período de festas.
NÚMEROS DA SUINOCULTURA – Levantamento do IBGE aponta que a produção de proteína suína ainda é a que mais cresce no país. No 3° trimestre deste ano, a produção em toneladas de carcaça cresceu 9,01% em relação ao mesmo período de 2020. Já na comparação com o 2° trimestre do ano, a alta foi de 4,68%. A expectativa é fechar 2021 com mais de 4,8 milhões de toneladas, alta de 8% sobre 2020. Em seis anos, a produção cresceu 40%.