Diferentemente da safra 2020/21 do milho, em Mato Grosso, a temporada futura (2021/22) apresenta cenário positivo quanto à semeadura dentro da janela e condições climáticas, o que vai favorecer a produção e a produtividade. Em especial, o rendimento do cereal deve avançar na comparação anual e pontuar um crescimento de quase 15%, considerando a projeção de 106,35 sacas por hectare ante o consolidado no ciclo passado em 92,65 sacas/ha, a menor produtividade já registrada em Mato Grosso.
Como destacam os analistas do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), com a semeadura da soja finalizada com antecedência, em relação à média histórica, é esperado que apenas 8,03% dos 6,23 milhões de hectares destinados ao milho no Estado sejam semeados fora da janela ideal.
Este cenário, junto às previsões de volumes de chuva acima da média dos últimos anos para janeiro e fevereiro, são fatores positivos para a produtividade e produção da cultura, sendo esperados resultados de 106,35 sacas por hectares (sc/ha) e 36,65 milhões de toneladas, respectivamente.
Mesmo com a expectativa de maior oferta ante a safra 2020/21, o preço do cereal pode se manter em altos patamares devido à manutenção do valor do dólar e à demanda aquecida pelo milho. “Para se ter ideia, é previsto que na safra 2021/22 as exportações do Estado e o consumo interno ampliem em 42,51% e 4,35% ante a temporada passada. De todo modo, um ponto de atenção para a safra é o aumento no custo de produção, que pode afetar a rentabilidade dos produtores que ainda não garantiram seus insumos”, alertam.
Leia também: MT tem pressa em exportar milho e liberar espaço para soja nos armazéns
BALANÇO – O milho iniciou 2021 com projeções recordes para a produção em Mato Grosso. No entanto, a semeadura do cereal foi “empurrada” para fora da janela ideal, devido ao atraso das chuvas em 2020. Somado a isso, o baixo índice pluviométrico nos períodos de maiores exigências hídricas da cultura comprometeu a produtividade do cereal, que ficou em 92,65 sc/ha. Diante disso, a produção de milho foi consolidada em 32,56 milhões de t, queda de 8,14% em relação à temporada 2019/20.
Mesmo com a redução na oferta, a demanda no Estado apresentou alta ante a temporada passada, pautada pela ampliação na capacidade produtiva das indústrias de etanol à base de milho. Seguindo o mesmo cenário, o consumo interestadual apresentou um incremento ante a safra passada, devido à menor produção nos demais estados do país. Em virtude deste cenário, o preço ponderado da safra 2020/21 apresentou um aumento de 33,20% de janeiro e novembro do ano passado, o que auxiliou na manutenção da rentabilidade da cultura, tendo em vista a alta de 10,36% nos custos de produção na safra.