O Instituto Soja Livre, entidade que fomenta a produção de soja convencional no Brasil, vem a público externar apoio aos trabalhos da Embrapa Territorial e seus pesquisadores, em especial ao Dr. Evaristo de Miranda.
O Brasil vem sofrendo há anos ataques nacionais e internacionais à sua produção agrícola, que se destaca mundialmente com recordes de produção de grãos. Contrariando o que se noticia, dados oficiais de diversas fontes comprovam que a agricultura cuida do meio ambiente.
De acordo com a GlobalFood Security Analysis-Support Data at 30 Meters (GFSAD30) Project, apenas 7,6% do território brasileiro é utilizado pela produção de grãos no Brasil.
O GFSAD30 é uma aliança de instituições como Google, NASA, USGS, University of Wisconsin, FAO, Duke University, dentre outras, que tem por objetivo mapear, com resolução de 30 metros, as áreas de produção no mundo. A capacidade de produção e o potencial de crescimento da agricultura brasileira incomodam diversos interesses, sobretudo de competidores do Brasil.
Estudos da Embrapa Territorial apontam 7,8% do uso do território, majoritariamente fora do bioma Amazônico. A pesquisa brasileira tem conhecimento e tecnologia que assegura este equilíbrio entre produção e alimentos e conservação do meio ambiente.
Durante anos, a Embrapa vem trazendo à tona dados sérios e seguros que mostram o trabalho dos produtores rurais e de toda a cadeia da agricultura em busca de excelência na produção e respeito ao meio ambiente.
Desta forma, exigimos respeito à pesquisa nacional, aos pesquisadores e à instituição Embrapa.
O ESTOPIM – Nos últimos dias, o ex chefe-geral da Embrapa Territorial, Evaristo de Miranda, além de outros pesquisadores da instituição que atuaram sob a chefia dele, estão sofrendo diversas acusações relacionadas à atuação da instituição, uma das mais importantes e produtivas na geração de pesquisas sobre gestão ambiental e territorial. Evaristo é engenheiro agrônomo e trabalha na Embrapa há mais de 40 anos, sendo que em 2015 tornou-se chefe-geral da então Embrapa Monitoramento por Satélite.
Em 2017 a unidade passou a ser chamada de Embrapa Territorial, sendo que sua principal função é monitorar todo o território nacional através de satélites, gerando pesquisas e análises para a macrologística nacional, além de analisar a dinâmica de uso das terras brasileiras. Devido à tamanha competência e credibilidade diante da comunidade científica, a Embrapa Territorial também tem monitorado, através de seus satélites, as queimadas na Amazônia.
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Evaristo deixou o cargo de chefe-geral ao final do ano passado, posto que foi ocupado pelo pesquisador Gustavo Spadotti. Pouco após a mudança, um artigo científico publicado na Revista “Biological Conservation” e intitulado “The risk of fake controversies for Brazilian environmental policies”, fez uma denúncia sobre um suposto modus operandi de Miranda, o qual incluiria a invenção e a manipulação de dados estatísticos com a intenção de confundir a opinião pública e, ao mesmo tempo, favorecer setores do agronegócio com teorias aparentemente científicas.
Liderado pelo professor Raoni Rajão, da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), o estudo foi produzido por um grupo de 12 cientistas da USP (Universidade de São Paulo), do Inpe, da UnB (Universidade de Brasília), da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) e da Universidade Autônoma de Barcelona (Espanha).
Segundo o artigo, Evaristo teria influenciado em diversas decisões políticas relacionadas ao meio ambiente nacional. Dentre os exemplos citados pela publicação, está a criação do Código Florestal em 2012 (Lei 12.651, de 2012) e um projeto de Lei que propunha a revogação do capítulo que trata da reserva legal do Código Florestal (PL 2.362/2019).
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