Os preços de bomba para o litro do etanol hidratado e da gasolina voltaram a aumentar no início dessa semana, em postos localizados em Cuiabá e Várzea Grande. A variação tirou o derivado de petróleo, por exemplo, do patamar abaixo de R$ 6 . O litro do etanol, em cerca de R$ 3,94 já pode ser visto a R$ 4,41 e até por R$ 4,77.
Fevereiro foi marcado por movimentos baixistas sobre os dois combustíveis, que trouxeram ambas as matrizes aos valores mais baixos dos últimos sete meses. Até a virada do mês, o etanol estava fixado em vários postos entre R$ 3,97 e R$ 3,95 e a gasolina chegou a R$ 5,97 e R$ 5,94. Com o reajuste, o derivado de petróleo já pode ser encontrado a R$ 6,37 em vários postos das duas cidades.
A movimentação de alta está sendo percebida pelos consumidores e muitos, na incerteza em relação ao comportamento dos preços dos combustíveis, pararam para abastecer. “Estamos vendo uma movimentação estranha para uma manhã de terça-feira. Geralmente é na segunda que as pessoas vêm abastecer cedo para a semana. Entre 7h e 8h da manhã, tivemos o tempo todo, todas as bombas ocupadas e em alguns momentos filas de três a quatro carros no mesmo bico”, contou João Lemos, frentista de um posto Ipiranga, no bairro Água Limpa em Várzea Grande. No posto em que ele trabalha o preço de bomba ainda se mantém em R$ 3,94 para o etanol e em R$ 5,97 à gasolina. Questionado sobre a possibilidade de altas, ele disse que nada foi avisado pela ‘chefia’, mas que os valores podem ser alterados a qualquer momento.
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Oficialmente, apesar das altas diárias do barril de petróleo – como conseqüência da guerra contra Ucrânia, iniciada pela Rússia – a Petrobras ainda não divulgou qualquer reajuste. Todos os ajustes que vierem parar nas bombas serão resultado de iniciativas do mercado local, seja ele o revendedor ou distribuidor.
REAÇÃO – O petróleo abriu a semana somando ganhos de mais de 25% acumulados na semana passada. A guerra entre Rússia e Ucrânia e um eventual aperto da oferta global da commodity – com menor suprimento russo – segue no foco de investidores. Neste contexto, negociações para incluir o setor energético às sanções do Ocidente à Rússia fizeram o petróleo oscilar próximo à marca de US$ 140 por barril.
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O presidente da República, Jair Bolsonaro, afirmou que vai discutir o salto dos preços do petróleo com os Ministérios da Economia, Minas e Energia e a Petrobras. Ele ainda voltou a criticar a política de preços da Estatal, que alinha a variação dos combustíveis à cotação.
A União avalia um novo programa de subsídio aos combustíveis, com validade de três a seis meses. O objetivo é evitar um repasse dos preços para as bombas dos postos de gasolina. “O preço altíssimo do petróleo é anormal, atípico. O governo federal, nós, juntamente com Economia, Ministério de Minas e Energia e própria Petrobras, vamos buscar alternativa. Porque se for repassar isso tudo para o preço dos combustíveis, tem que dar aumento de 50%, não é admissível”, afirmou o presidente em entrevista à Rádio Folha de Roraima.
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