Há cerca de uma semana, desde que a Petrobras anunciou reajustes – somente sobre a gasolina e o diesel – o etanol hidratado vem registrando altas quase que diárias nos postos revendedores de Cuiabá e Várzea Grande. Do dia 10 até a última sexta-feira (18), o valor de bomba inflacionou pelo menos em R$ 0,80, sendo que cerca de R$ 0,20 acrescidos entre quarta e sexta-feira.
Conforme monitoramento do MT Econômico, do início de fevereiro até á manhã do último dia 10, o litro do biocombustível podia ser encontrado entre R$ 3,95/3,97/3,99. Com o aumento anunciado ao diesel e à gasolina, o litro do etanol foi a R$ 4,05, R$ 4,15, R$ 4,37, R$ 4,45, R$ 4,67 até chegar aos atuais R$ 4,77. Quem estava com valor de bomba a R$ 4,47, por exemplo, majorou a R$ 4,77. Com essa movimentação, o combustível de aproxima de valores que vigoraram de novembro a janeiro desse ano, quando o preço passou de R$ 4,80, o maior já registrado entre as duas cidades.
Enquanto que para o mercado revendedor as variações não passam de ajustes e repasses vindos das distribuidoras, a alta seqüencial segue sem lógica ao consumidor. O vendedor de carros, Murilo Alves, conta que desde o ano passado alterou o hábito de abastecer. Não coloca mais do que R$ 50 por abastecida. “Os preços flutuam muito e quando se estabilizam, se estabilizam em alta. Quantos meses o etanol ficou perto de R$ 4? Agora que havia caído, não demorou, aumentou de novo. O que explica o etanol aumentar mais do que a gasolina que foi reajustada pela Petrobras?”, questiona.
Na ponta do lápis, considerando o preço fixado na maioria dos postos de Cuiabá e Várzea Grande – a R$ 3,97 e o atual, R$ 4,77 – houve acréscimo de mais de 20% em um intervalo de menos de oito dias.
O etanol segue ainda vantajoso sob o ponto de vista financeiro frente à gasolina, porém a margem que garante a competitividade está reduzindo. Na relação 70/30, o valor atual do hidratado já representa 68% do fixado ao derivado de petróleo, em torno de R$ 6,97.
Boa parte das revendas opera com os seguintes valores: R$ 4,45 ao etanol e R$ 6,77 à gasolina. Nesse exemplo, a relação 70/30 é favorável ao uso do biocombustível, já que ele representa 65% do valor de bomba do derivado de petróleo.
Leia também: Mesmo com alta nas bombas, etanol segue vantajoso aos consumidores
AJUSTADA PARA BAIXO – Enquanto o etanol vive um momento de alta, a gasolina que recebeu autorização da Estatal para ficar cerca de 18% mais cara, a partir das distribuidoras, foi reajustada uma única vez, mas recuou um pouco nos postos a partir dessa semana. De até R$ 5,99 dias antes do anúncio, o litro foi a R$ 6,99, ganhou de uma vez um real sobre o preço de bomba antes mesmo de a alta estar vigente – antes da meia noite do dia 11 – mas veio se acomodando e hoje pode ser encontrada por R$ 6,77.
No último dia 10, refletindo o avanço das cotações do petróleo com a guerra entre Rússia e Ucrânia, a Petrobras anunciou reajustes nos preços da gasolina, do diesel e do gás de cozinha. No caso da gasolina, o reajuste para as distribuidoras é de 18,8%. O preço médio passará de R$ 3,25 para R$ 3,86 por litro. Para o diesel, o aumento é ainda maior, de 24,9%. O valor subirá quase R$ 1 por litro, de R$ 3,61 para R$ 4,51. O gás de cozinha, produto conhecido como GLP (gás liquefeito de petróleo), reajuste de 16,1%.