As exportações de milho, em Mato Grosso, totalizaram, em junho, volume de 456,55 mil toneladas (t). Como destacam os analistas do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o Estado enviou ao exterior 36,06% a mais do cereal em relação a maio e 410,04% a mais que no mesmo período da safra passada.
Esse avanço, conforme o Imea, reflete a antecipação da colheita da safra 2021/22, ainda em maio, na maior parte das regiões produtoras do Estado. “Essa colheita segue sendo a mais antecipada em relação às últimas cinco safras, desde o começo dos trabalhos de campo. Sendo assim, os agentes conseguiram antecipar os embarques do cereal que haviam sido comercializados antecipadamente”, explicam.
Apesar da boa movimentação registrada em junho, ainda há um déficit na comparação anual. No fechamento do acumulado do ano, foram enviados 16,53 milhões de toneladas ao exterior, valor 26,36% menor que o registrado na safra anterior. O principal motivo da queda está relacionado com a quebra produtiva que ocorreu na temporada passada, dado aos atrasos na semeadura, quando grande parte das áreas de milho foi plantada fora da janela ideal.
ESTIMATIVA – Em sua 10ª estimativa da safra de milho, o Imea manteve as previsões de área e produtividade em relação ao último relatório, tendo em vista que o panorama para o cereal, em Mato Grosso, não apresentou alterações significativas desde o último mês.
Em relação à área destinada ao cultivo no Estado, a estimativa permaneceu em 6,39 milhões de hectares. Contudo, o valor é 9,43% superior ao que foi observado na safra passada, dado aos altos patamares de preços e a demanda crescente pelo grão em Mato Grosso. Diante dos rendimentos apresentados, o Instituo manteve a previsão de produtividade do cereal em 102,10 sc/ha na média do Estado. “Para o mês de julho, quando grande parte das áreas já estará colhida, o Imea vai reavaliar a estimativa de safra com os agentes de mercado, uma vez que o cenário dos rendimentos, sobretudo das áreas que foram prejudicadas pela escassez hídrica nos meses de abril e maio, estarão mais definidas para avaliação”, explicam.
Leia também: Canarana ‘abre’ colheita nacional do milho 2021/22
Sem alterações nos dados de área e produtividade, a expectativa quanto à produção permaneceu estática em 39,16 milhões de toneladas de milho. Assim, o volume estimado para a safra atual é 20,24% superior ao registrado na safra passada, apontando mais um recorde de produção para a cultura do cereal no Estado.
MERCADO – Com lentidão nas vendas, volume comercializado de milho, para a safra 2021/22, em Mato Grosso atingiu 63,57% da produção estimada. Conforme os analistas, as vendas da safra atual avançaram apenas 2,56 pontos percentuais (p.p.) em relação ao último mês, menor valor observado nos últimos três meses.
“A lentidão foi pautada pela cautela por parte dos produtores, que aguardam um maior percentual colhido para terem melhor percepção em relação ao rendimento do milho, que foi prejudicado pela escassez hídrica em algumas regiões do Estado nos meses de abril e maio. Outro fator foi a queda nas cotações do milho disponível no último mês na Bolsa de Chicago em 3,87%, que corroborou para o recuo nas cotações da saca mato-grossense, assim como a entrada de oferta com a chegada da colheita. Assim, com relação ao preço médio comercializado no Estado, em junho, foi de R$ 65,75/sc, queda de 5,60% ante o mês anterior”.
Leia mais: MT fecha safra com novo recorde de produção, graças ao milho