Ocorreu no último domingo (08), em Brasília, uma invasão de manifestantes bolsonaristas extremistas aos prédios do Planalto, Congresso e Superior Tribunal Federal (STF). Tudo indica que o ataque vinha sendo planejado há algum tempo, especialmente porque os bolsonaristas estavam munidos com máscaras de gás, capacetes e suprimentos para acamparem nos órgãos invadidos. Alguns possuíam equipamentos de combate similares ao da polícia e exército.
Os extremistas, classificados também como terroristas, orquestraram o ataque principalmente pela internet, por meio do aplicativo Telegram. Além da extrema violência, o efetivo policial teve dificuldade em lidar com os terroristas, que começaram os atos de vandalismo pelo Salão Nobre do Congresso.
O MT Econômico preparou uma matéria especial com todos os acontecimentos desde a invasão, até os desmontes que estão ocorrendo nos acampamentos bolsonaristas.
Prejuízo
Ao invadirem os prédios dos Três Poderes, os extremistas foram depredando tudo o que viram pela frente. Muito similar a uma boiada assustada, eles quebraram janelas, cadeiras, documentos, câmeras, portas, além de obras de artes avaliadas em milhares de reais e com cunho histórico democrático, como a galeria dos presidentes da república, que tiveram os quadros com as fotos dos governantes do Brasil depredados.
Embora os órgãos ainda não tenham um valor do estrago causado, por meio de imagens nas redes sociais, que foram disponibilizadas pelos próprios bolsonaristas, o Uol Notícias conseguiu identificar algumas obras de arte que foram vandalizadas e depredadas. Dentre elas, está Di Cavalcanti, que custa cerca de R$ 8 milhões de reais.
Todos os prédios deverão passar por uma perícia hoje segunda-feira (09).
Afastamento de Ibaneis Rocha
Em decorrência de todo o caos e transtorno, medidas foram tomadas imediatamente, tanto pelo presidente Lula (PT), quanto pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes. Na madrugada dessa segunda-feira, Alexandre de Moraes decretou afastamento do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, por 90 dias. O ministro atendeu uma solicitação encaminhada pela Advocacia-Geral da União (AGU) e pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AC).
O ministro citou em sua decisão, a falta de reação do governador do Distrito Federal, que permitiu a entrada dos bolsonaristas em Brasília, através de mais de uma centena de ônibus, que se dirigiram aos locais de manifestação. Após o ato terrorista de domingo, medidas foram tomadas para evitar a entrada de mais bolsonaristas em Brasília e os ônibus com os extremistas começaram a ser apreendidos pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Goiás.
Intervenção Federal
O presidente Lula também agiu rapidamente ao assinar decreto de Intervenção Federal – previsto na Constituição – ainda no domingo, após os atos. Segundo o artigo 34 da Constituição Federal de 1988, estabelece em quais situações o Governo Federal pode intervir nas competências de um ente da federação, isto é, de um estado ou do Distrito Federal.
Dentro do artigo está previsto que a Intervenção Federal pode ocorrer em casos de grave comprometimento da ordem pública; em função de manter a integridade nacional; impedimento de declaração de guerras de outras nações ao Brasil ou guerras civis; garantir o livre exercício dos Três Poderes; reorganizar as finanças da União; manter a execução da lei federal; garantir cumprimento dos princípios constitucionais sensíveis.
A possibilidade de intervenção federativa existe desde 1891, quando foi promulgada a primeira constituição pós-proclamação da República.
O ato da Intervenção Federal é restrito ao Distrito Federal e vai durar até o dia 31 de janeiro. O secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Garcia Cappelli, foi nomeado como interventor federal.
Retirada dos manifestantes
Capelli assegurou nesta segunda que as forças federais e distritais não permitirão mais que haja manifestantes nos portões do Quartel General do Exército.
“Desativamos o acampamento que funcionou como QG dos atos antidemocráticos inaceitáveis de ontem [08]. Todas as barracas serão retiradas. A área foi retomada e não será permitida a volta de ‘manifestantes’. Todos os elementos foram encaminhados para a PF. A lei será cumprida”, escreveu Capelli em seu Twitter pessoal nessa segunda-feira.
Acampamentos bolsonaristas vêm sendo desmontados tanto pela polícia, quanto pelo exército em todas as regiões do Brasil, após os atos terroristas de domingo. Entretanto, aqui em Mato Grosso, os bolsonaristas seguem acampados em frente a 13ª Brigada de Infantaria Motorizada do Exército, na Avenida Historiador Rubens de Mendonça em Cuiabá.
Apesar do acampamento ainda estar montando e funcionando há aproximadamente dois meses, o Secretário de Segurança Pública do Estado, coronel César Roveri, garantiu o desmonte do acampamento dentro das 24h estabelecidas por Alexandre de Moraes. Roveri acompanhará o governador em exercício Otaviano Pivetta (Republicanos) na reunião em Brasília com o presidente Lula, marcada paras às 18h, no horário da capital federal.
Bolsonaristas aqui no Estado bloquearam alguns trechos da BR-163, queimaram pneus e atacaram, com armas de fogo e tiros, policiais que foram chamados para desobstruir os trechos. A ponte sobre o Rio Verde também foi incendiada.
Segundo informações do Gabinete de Gerenciamento de Crise de Mato Grosso, as rodovias estaduais e federais estão sem nenhum trecho de interdição, até o presente momento. Já a ponte, no município de Lucas do Rio Verde, passa por perícia para, entre outras medidas, avaliar as condições de segurança para a trafegabilidade. A ação é realizada pela Defesa Civil Estadual, Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT), Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e peritos da Polícia Federal e do Corpo de Bombeiros do Estado.
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