O etanol hidratado, comercializado em postos de Cuiabá e Várzea Grande, completou a segunda semana seguida de recuo sobre os preços de bomba. Agora, o litro pode ser encontrado por até R$ 3,15, como registrado pelo MT Econômico ontem, em uma revenda localizada na rua Epitácio Pessoa, no bairro Planalto Ipiranga, em Várzea Grande.
Aliás, na cidade, o motorista mais atento pode economizar se observar a variante de preços ao longo do trajeto. Tantos postos de bandeira branca quanto os ‘bandeirados’ – aqueles exclusivos de uma única distribuidora – reduziram os preços e ofertam o biocombustível entre R$ 3,15, R$ 3,18, R$ 3,19, R$ 3,27 e R$ 3,39, sendo esse último o de maior valor encontrado pela reportagem.
Com essa nova retração, o etanol se mantém mais competitivo em relação à gasolina. Nesse posto citado pela reportagem, por exemplo, até o litro da gasolina sofreu recuo, ampliando a vantagem do hidratado. O preço nesse estabelecimento equivale a 67% do valor de bomba do derivado de petróleo, dentro da margem da relação 70/30.
Com relação aos preços do litro do etanol, o motorista, entre um posto e outro, pode economizar até R$ 12, considerando uma ‘taqueada’ – 50 litros em média – considerando o menor e maior valor encontrado pela reportagem. A economia aumentou, já que no começo da semana a economia em favor do consumidor era de R$ 11.
A conta de equivalência de preços é simples: basta dividir o valor de bomba do etanol pelo da gasolina. Até 70%, compensa utilizar o bicombustível. Acima desse percentual, vale a gasolina. Esses referenciais levam em conta o rendimento das duas matrizes. Ainda assim, executivos do setor observam que o etanol pode ser competitivo mesmo com paridade maior do que 70%, a depender do veículo em que o biocombustível é utilizado. De todo modo, a relação 70/30 dá um norte sobre as variantes de preços ao consumidor que tiver um carro mais antigo.
1ª QUINZENA – O último Índice de Preços Ticket Log (IPTL) apontou que 2023 iniciou com a gasolina e o etanol em alta em todo o País. O preço médio nacional para o litro da gasolina fechou os primeiros dias do ano a R$ 5,35, um acréscimo de 1,59%, se comparado a dezembro. Já o etanol foi comercializado a média de R$ 4,44, com alta de 2,74%.
“Após oscilações, o preço do litro da gasolina fechou dezembro de 2022 com redução de 1% no comparativo com novembro e média anual de R$ 6,34. De acordo com o IPTL, quando comparamos o preço atual com janeiro de 2022, há um recuo de 22% no preço médio desse combustível. Já o etanol, vem registrando aumentos consecutivos em todo o País desde novembro e acréscimos mais elevados, quando comparado à gasolina”, destaca Douglas Pina, diretor-geral de Mobilidade da Edenred Brasil.
Todas as regiões brasileiras registraram alta no preço dos combustíveis. O acréscimo mais expressivo para a gasolina foi identificado no Centro-Oeste, de 2,13%, onde o preço passou de R$ 5,21 em dezembro para R$ 5,32 em janeiro. Porém, a média mais cara para o combustível foi encontrada no Norte, a R$ 5,52, com acréscimo de 1,19%. A média mais baixa foi registrada nos postos de abastecimento do Sudeste, a R$ 5,17.
Já o Nordeste apresentou o maior aumento do País para o litro do etanol, de 4,75%, que passou de R$ 4,23 para R$ 4,43. O preço médio mais caro foi registrado nos postos do Sul, a R$ 4,65, com alta de 2,29%. Bem como em dezembro, o etanol mais barato entre as regiões foi encontrado no Centro-Oeste, a R$ 4,09, mesmo apresentando o segundo maior acréscimo no preço, de 2,97%.
Na análise por Estados e no Distrito Federal, apenas seis registraram queda no preço da gasolina: Acre (-1,59%), Rio Grande do Norte (-1,13%), Paraíba (-0,68%), Pernambuco (-0,56%), Maranhão (-0,11%) e Tocantins (-0,04%). Já para o etanol, recuos foram identificados somente em Roraima, de -2,80%, e no Rio Grande do Norte, de -1,15%.
Ainda entre os Estados, o acréscimo mais expressivo para a gasolina neste início de ano foi registrado nas bombas de abastecimento do Ceará, de 7,25%, que passou de R$ 5,37 para R$ 5,76. Já Roraima comercializou o litro do combustível pela média mais alta do País, a R$ 5,96. O preço médio mais baixo para a gasolina foi encontrado na Paraíba, a R$ 4,93.
Com 12,46% de aumento no preço do etanol, em relação a dezembro, a Bahia se destacou com a maior alta entre os Estados e comercializou o combustível a R$ 4,64. Ainda assim, o Pará liderou o ranking do preço médio mais alto para o etanol, de R$ 5,19 e Mato Grosso comercializou o combustível pela média mais baixa, de R$ 3,87.
“O etanol segue sendo economicamente mais vantajoso para abastecimento apenas em Mato Grosso. Ao optar pelo etanol, o motorista conta com um combustível ecologicamente mais viável para o abastecimento. Por ser produzido a partir da cana-de-açúcar ou milho, o etanol é capaz de reduzir consideravelmente as emissões de gases responsáveis pelas mudanças climáticas”, conclui Pina.
NOSSO COMPROMISSO – Ao contrário das críticas recentes feita à imprensa pelo diretor-executivo do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Mato Grosso (Sindipetróleo/MT), Nelson Soares Júnior, o MT Econômico acompanha o varejo do mercado dos combustíveis. Entendendo o teor de prestação se serviço embutido neste tema, sempre traz informações acerca das altas e das baixas nas bombas, especialmente sobre os dois combustíveis mais demandados em Cuiabá e Várzea Grande: etanol hidratado e gasolina.
Em vídeo distribuído à imprensa no começo do mês, Soares afirma que as manchetes apontam apenas para alta de preços “nos postos” e nunca tratam a alta como um efeito em cadeia, que vem sobre todas as etapas de comercialização do combustível. “É importante que a gente tenha clareza que as campanhas são midiáticas. É muito mais fácil e muito mais vendável a manchete de que ‘postos aumentaram os preços’ do que no final ter uma situação em que o preço não foi aumentado pelo posto. O preço foi aumentado pela refinaria ou pela distribuidora. Agora, por que não existem manchetes do Procon agindo na fiscalização de outros agentes da cadeia de produção de combustíveis? Essa é uma dúvida que nós queremos saber, qual é de fato a intenção do órgão. O posto não faz o preço, posto só repassa o preço da distribuidora”, concluiu.
Conforme a direção do MT Econômico, esse portal de notícias irá manter sua rotina de monitoramento semanal, trazendo informações sobre altas e reduções de preços como uma devida e necessária prestação de serviços aos leitores, e especialmente, à população de Cuiabá, de Várzea Grande e todo Mato Grosso.