Pela primeira vez nesta safra, a colheita da soja em Mato Grosso registra ritmo acima da média dos últimos cinco anos, conforme levantamento semanal atualizado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
Na última sexta-feira (17), a colheita da soja para safra 2022/23 no Estado alcançou 60,03% das áreas finalizadas, um avanço de 15,93 pontos percentuais (p.p.) no comparativo semanal. “Com o ritmo acelerado nas lavouras, o percentual está 2,20 p.p. acima da média dos últimos cinco anos, mas ainda 7,72 p.p. atrás do observado na safra passada”, pontuam os analistas do Imea.
Entre as regiões com destaque estão norte, médio-norte e oeste que apresentaram os maiores volumes de áreas finalizadas com soja, 73,83%, 71,21% e 61,29%, respectivamente.
Em relação à produtividade das áreas colhidas, esse último levantamento apresentou incremento de 0,67% em relação à semana passada, ficando estimada em 62,28 sacas por hectare (sc/há) na média estadual. “Para essa semana de fim de Carnaval, as atenções ficam para as regiões nordeste e sudeste, devido às estimativas de maiores volumes de chuvas de 55 a 65 mm, segundo o NOAA”, destacam os analistas.
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MERCADO – Com a alta na cotação em Chicago, o preço do grão em Mato Grosso exibiu incremento de 0,08% ante à semana passada, sendo cotado na média a R$ 146,30/sc. Ainda conforme os analistas, o clima seco na Argentina impulsionou o preço da soja, e Chicago fechou na média de US$ 15,35/bu, alta de 0,54% comparado à última semana.
Segundo a Bolsa de Cereais, a Argentina tem passado pela maior seca dos últimos 60 anos, afetando o andamento da safra 2022/23 de soja. A Bolsa de Cereais estima que 55% das áreas encontram-se em condições regulares ou ruins, reflexo das altas temperaturas e a falta de umidade no solo. “Para se ter uma ideia do cenário no país, os produtores já reportaram abandono de áreas e encurtamento do ciclo das plantas, o que influencia diretamente na produtividade. Além disso, a Bolsa de Cereais prevê que a produção fique em 38 milhões de t, o que representa 10 milhões t a menos que a projeção inicial da safra 2022/23. O reflexo dessa redução, pode impactar na oferta do subproduto, que a Argentina é o maior exportador mundial de óleo e farelo, o que pode abrir espaço para uma maior participação de outros fornecedores, como o Brasil. Para esta semana ainda, o NOAA projeta chuvas de 15 a 25 mm na maior parte do país, volume aquém do necessário para reverter o estresse hídrico em algumas regiões”, explicam os analistas do Imea.