O governo chinês suspendeu o embargo à importação de carne bovina produzida no Brasil. O anúncio beneficiará diretamente o Grupo Redenção, que teve seu Plano de Recuperação Judicial aprovado há 10 dias. Sua principal unidade industrial, o Frigorífico Redentor, localizado em Guarantã do Norte (MT) foi liberado para retomar as exportações ao mercado chinês, maior consumidor do mundo de carne bovina. As exportações estavam suspensas desde julho de 2022, por motivos diversos.
De acordo com o advogado da Recuperação Judicial, Euclides Ribeiro, a aprovação do plano de RJ, pela quase unanimidade dos credores, colaborou para dar credibilidade ao grupo no mercado.
“Assim que homologado pelo juízo, iremos dar sequência à venda dos dois curtumes e de uma planta frigorífica. Além disso, estamos trabalhando com a venda de duas fazendas para pagar credores extraconcursais”, pontuou.
Desde a suspensão, o frigorífico fez todo o trabalho para atender as exigências legais e sanitárias e assim reconquistar o mercado chinês. Com a retomada da exportação, o frigorífico volta a abater em sua capacidade plena de 600 cabeças por dia, e aumentando gradativamente durante seis meses, até chegar a 1,2 mil cabeças por dia.
Com dívidas de R$ 270 milhões, o Grupo teve seu Plano de Recuperação Judicial aprovado no dia 13 de março, em Assembleia Geral de Credores (AGC), com 100% dos votos em três classes e 98,6% de votos na quarta classe. O plano prevê a venda de duas Unidades Produtivas Isoladas (UPIs) para pagamento das dívidas da recuperanda. Entre as UPIs estão o curtume Jangada e curtume Araputanga que servirão também para injetar recursos no caixa da empresa. O grupo, que atua há 38 anos no mercado, começou com o frigorífico Araputanga S.A, no segmento de industrialização, importação e exportação de bovinos, suínos e seus derivados. A companhia cresceu e expandiu os negócios para outras regiões de Mato Grosso e em estados do País, diversificou suas atividades e hoje reúne frigoríficos, curtumes e PCHs.
Leia também: Agropecuária mato-grossense é 1ª apresentar projeto para redução de emissão de gases
RETOMADA – A China é o principal destino da carne bovina brasileira, sendo responsável por 60% do total dos embarques para o exterior.
A Administração Geral de Alfândegas da China (GACC) anunciou ontem a habilitação de quatro novas plantas frigoríficas do Brasil, que poderão passar a exportar para o país asiático. Segundo anúncio do ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, são duas plantas de Rondônia, uma do Espírito Santo e uma do Paraná.
Também foi anunciada a autorização para a retomada da suspensão de duas plantas frigoríficas que estavam suspensas e que vão poder voltar a exportar para a China: um abatedouro bovino em Mato Grosso (Grupo Redenção) e um frigorífico de frango no Rio Grande do Sul.
Segundo o ministro, outras empresas estão com pequenas pendências junto à GACC, que devem ser resolvidas ainda durante a missão do ministério na China. “É um conjunto de ações que beneficia a agropecuária brasileira, gera empregos e oportunidades a todos os brasileiros”, comemorou Fávaro.
O Mapa também anunciou anteontem que o governo chinês decidiu levantar o embargo à carne bovina brasileira. As importações do Brasil estavam suspensas desde fevereiro após a confirmação de um caso isolado e atípico de Encefalopatia Espongiforme Bovina (‘mal da vaca louca’), identificado em uma pequena propriedade no município de Marabá (PA).