A região Centro-Oeste do Brasil tem potencial para alavancar R$ 50 bilhões em investimentos privados com a construção de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) e Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs). A estimativa, da Abrapch (Associação Brasileira de PCHs e CGHs), tem como base dados de estudo do inventário hidrelétrico disponibilizados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que informam a possibilidade de implantação de 147 PCHs e 30 CGHs nos estados de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Apenas em Goiás o inventário hídrico aponta possibilidade de 177 novos empreendimentos, a geração de 2.456 MW (PCH e CGH) e investimento de R$ 24 bilhões. Já Mato Grosso, tem potencial para 139 pequenas usinas, 1.756 MW e R$ 17,5 bilhões em investimentos e no Mato Grosso do Sul seriam 42 empreendimentos, 616 MW e R$ 6 bilhões em investimentos.
“Seriam 384 empreendimentos a mais com a geração de novos 4.910,82 megawatts de energia. Considerado que o custo para cada megawatts de energia instalada gera em torno de R$ 10 milhões, os investimentos chegariam a quase R$ 50 bilhões com a geração de, aproximadamente, 302 mil empregos diretos“, informa a presidente da Abrapch, Alessandra Torres de Carvalho.
O Brasil tem um potencial para investimentos da ordem de R$ 131 bilhões no setor de PCHs e CGHs. Nos últimos cinco anos, 65 Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) e 52 Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs) – que produzem até 50 megawatts de energia – entraram em operação no Brasil, totalizando 938,81 MW de potência instalada. Ao todo, as 117 pequenas usinas geraram um investimento de R$ 7,9 bilhões em diferentes regiões.
No entanto, cerca de 110 PCHs e CGHs estão em construção ou aguardando licenciamento. Dados da Aneel, obtidos pela Abrapch, apontam que 594 pequenas usinas estão em fase de Despacho de Registro de Intenção à Outorga de Autorização (DRI) ou Declaração de Reserva de Disponibilidade Hídrica (DRS), para que o interessado requeira o Licenciamento Ambiental pertinente nos órgãos competentes na Aneel. Outros 598 processos encontram-se em estágio de eixo disponível, que quer dizer aptos para usuários interessados no desenvolvimento de estudos de inventário hidrelétrico.
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“Estes 1.192 processos na Aneel comprovam que o Brasil tem potencial para expandir a sua capacidade de geração de energia renovável proveniente de Pequenas Centrais Hidrelétricas em aproximadamente 300%”, completa o vice-presidente da Associação Brasileira de PCHs e CGHs (Abrapch), Ademar Cury da Silva .
Ele reforça que, com um maior investimento em PCHs e CGHs é possível diminuir a geração de usinas termelétricas, fazendo com que o Brasil produza uma energia mais limpa e mais barata.
“Vamos reforçar a pauta da necessidade de uma maior isonomia tributária e de incentivos em relação às outras fontes, para a viabilização comercial dos projetos disponíveis”, disse.
Atualmente, as PCHs e CGHs somam juntas 5.560 megawatts (MW) de energia gerada. São 1.046 usinas em operação no país.
Entre as vantagens das PCHs e CGhs estão a geração próxima à carga, redução de perdas, menores investimentos em transmissão, tecnologia 100% nacional, desenvolvimento científico/tecnológico, geração de empregos e capacidade de regularização das vazões dos rios, irrigação e abastecimento humano nos setores agropecuário e de saneamento básico, como elenca a Abrapch.