Com a entrada da fase final da colheita das culturas de primeira safra, a produção de grãos no Brasil no ciclo 2022/23 está estimada em 312,5 milhões de toneladas, o que representa um acréscimo de 40,1 milhões de toneladas quando comparada com a temporada 2021/22 – alta de 15%.
Mato Grosso segue sendo o principal produtor nacional e tem projeção de ampliar o recorde anterior em 8,8%, totalizando 94,13 milhões de toneladas ante 86,48 milhões contabilizadas na safra passada. Das principais culturas do Estado, o milho – mesmo cultivado em segunda safra – deve apresentar a maior expansão anual: 11,3% e somar a maior oferta local: 45,93 milhões de toneladas, superando a projeção à soja.
Esses e outros dados estão disponíveis no 7º Levantamento da Safra de Grãos divulgado, ontem, pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O bom desempenho é explicado não só pelo aumento de área, como também pela melhoria da produtividade de culturas como soja, milho, algodão, girassol, mamona e sorgo. No entanto, o resultado consolidado ainda depende do comportamento climático, fator preponderante para o desenvolvimento das culturas de 2ª e 3ª safras.
Ao menos para Mato Grosso, onde a semeadura do milho está finalizada, a Conab projeta para novo recorde de produção, passando de 41,10 milhões t para 45,93 milhões t. Para soja, Mato Grosso deve expandir a oferta em 7,2%, passando de 41,49 milhões t para 44,47 milhões. Para o algodão, a oferta de pluma está estimada em 1,85 milhão toneladas, alta de 5% sobre a produção de 1,76 milhão da safra passada.
PAÍS – A soja segue como o produto com maior volume colhido no país, com uma produção estimada em 153,6 milhões de toneladas. Com índice de colheita em 78,2%, conforme indica o Progresso de Safra divulgado nesta semana pela Companhia, a boa produtividade nas lavouras segue sendo confirmada e está estimada em 3.527 quilos por hectare.
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Para o milho, a Conab aponta para um aumento tanto em área como em produção. O cultivo do cereal está estimado em 21,97 milhões de hectares, acréscimo de 1,8%, com aumento para a área semeada na 2ª safra e redução na 1ª. Já a colheita total do grão está estimada em 124,88 milhões de toneladas, influenciada pelo incremento da produção de 8,8% na 1ª safra e de 11% na 2ª, podendo chegar a 27,24 milhões de toneladas e 95,32 milhões de toneladas, respectivamente.
Outro produto que apresenta crescimento é o sorgo, influenciado pela perda da janela ideal de plantio do milho em algumas regiões produtoras e por ser um produto mais resistente à estiagem, a produção do grão pode ultrapassar as 3,7 milhões de toneladas nesta safra. Já para o arroz, a produção estimada é de 9,94 milhões de toneladas. O menor volume produzido é explicado pela queda na área destinada ao produto, aliada às condições climáticas adversas registradas no desenvolvimento da cultura, sobretudo no Rio Grande do Sul, maior produtor do grão. Queda também na área total a ser semeada de feijão, podendo chegar a 2,76 milhões de hectares. Somando as 3 safras, a produção deve ficar em 2,95 milhões de toneladas.