A diversificação de mercados consumidores fez a diferença no saldo da pauta mato-grossense. Mesmo com o embargo sobre os envios de carne bovina à China, após o caso da Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB) – mal da ‘vaca louca’, no Brasil, Mato Grosso manteve o volume de embarques entre um dos maiores para o mês de março. Segundo os dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o volume de carne bovina mato-grossense enviada para outros países em março somou 41,41 mil Toneladas de Equivalente de Carcaça (TEC), uma redução de 3,50% ante a fevereiro deste ano.
Em receita, as exportações foram responsáveis por US$ 150,66 milhões, queda de 4,22% no comparativo mensal. “Mediante o exposto, é possível perceber que, apesar de a China ter reduzido em 28,89% o volume de importação da carne de Mato Grosso, as exportações mantiveram-se sustentadas pelos demais países. Para se ter ideia, o volume de carne produzido para exportação pelo Estado em março esteve 10,44% acima da média observada para o período dos últimos cinco anos. Por fim, esse resultado do Estado demonstra a importância em se diversificar os parceiros comerciais”, observam os analistas do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), ao analisarem os dados da Secex.
De acordo com o Imea, no mês passado, a utilização da capacidade total de abate dos frigoríficos em Mato Grosso apresentou um avanço de 3,66 pontos percentuais (p.p.) ante fevereiro, e o Estado utilizou 54,47% da capacidade industrial.
Leia também: Abate de bovinos cresceu 1,7% em MT ao movimentar mais de 4,69 milhões de cabeças
“O aumento na utilização do setor esteve atrelado ao incremento no volume de animais abatidos dentro do Estado, principalmente pelo avanço do envio de fêmeas para o gancho. Em números, foram abatidas 465,02 mil cabeças bovinas em Mato Grosso, o que representa um acréscimo de 16,91% em relação ao volume de fevereiro. Vale destacar que esse foi o maior volume observado para o mês de março na série histórica e reforça o cenário de intensificação nos abates esperada para 2023”, explicam.
Ainda conforme o Imea, para o curto prazo, a maior disponibilidade de animais terminados, advindos da terminação a pasto, tende a resultar em maior oferta de bovinos na linha de abate, o que pode contribuir com a redução da ociosidade frigorífica do Estado