O biodiesel é um tipo de biocombustível alternativo ao diesel fóssil convencional que é derivado do petróleo. Por possuir em sua composição características muito similares ao óleo diesel, a sua adição ao diesel comum não causa nenhum prejuízo na combustão muitos menos nos motores.
Na verdade, o uso do biodiesel traz uma série de benefícios ambientais, sociais e econômicos que vão desde a geração de novos postos de trabalho, redução de gases de efeito estufa, desenvolvimento regional e conexão entre cadeias produtivas. Para ampliar a compreensão sobre esse tema, a data de 10 de agosto foi escolhida para celebrar o Dia Internacional do Biodiesel.
Líder na produção de soja, uma das matérias-primas mais importantes para a produção desse biocombustível em Mato Grosso, o Estado possui 15 usinas de biodiesel que têm capacidade autorizada de produção anual de 2,6 bilhões de litros.
“Com a retomada do aumento gradual da política nacional de adição do biodiesel ao diesel, as indústrias estão ampliando as suas operações para atender a nova demanda. A indústria de biodiesel cria emprego e renda tanto no campo como na cidade”, pontua Rômulo Morandin, presidente do Sindicato das Indústrias de Biodiesel do Estado de Mato Grosso (SindiBio/MT).
Além disso, o biodiesel não compete com a produção nacional de combustível, já que o Brasil necessita importar até 30% do diesel.
Por determinação do governo federal, a partir do mês de abril foi determinado, de forma gradual, um novo cronograma para adição do biodiesel ao óleo diesel. Até 2026, a mistura no combustível fóssil deve ser de 15%, o chamado B-15. A medida reforça as metas para que a Política Nacional de Bicombustíveis (RenovaBio) siga em direção ao cumprimento dos acordos internacionais de descarbonização assumidos pelo Brasil.
“Essa decisão recoloca o país nos trilhos do desenvolvimento além de proporcionar a retomada do protagonismo na defesa do meio ambiente, necessário para a transição de baixo carbono e consequentemente na diminuição dos efeitos do aquecimento global. E o biodiesel tem papel fundamental nesta pauta”, destaca Rodrigo Guerra, que é vice-presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt) e do SindiBio/MT.
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Mato Grosso diversificou as atividades econômicas com a produção de biodiesel. O processo de industrialização de óleos vegetais, a transformação em biodiesel e a comercialização geram empregos diretos e indiretos, movimentando setores que vão desde a agricultura até a logística e distribuição.
“A agregação de valor da industrialização da soja em Mato Grosso chega a 70%. Ou seja, uma tonelada de soja in natura comercializada tem valor de R$ 2.742,28. Se essa mesma quantidade de grão for transformada em biodiesel com os seus subprodutos, o valor de comercialização chega a R$ 4.663,52”, afirma o presidente do SindiBio/MT.
Além disso, de acordo com o mesmo estudo produzido pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), cada emprego direto gerado pelo setor de biocombustível representa 91 empregos indiretos e outros 201 empregos induzidos. Esse efeito multiplicador é o maior, entre todas as atividades econômicas, registradas no Estado.
CELEBRAÇÃO – Neste Dia do Biodiesel, é celebrado não apenas um biocombustível, mas um símbolo de transformação energética para Mato Grosso e para o Brasil. A produção de biodiesel não é apenas uma história de crescimento econômico, mas um marco de responsabilidade ambiental, conservação e visão de futuro.
A criação da data ocorreu como forma de conscientizar o mundo sobre a importância do uso de combustíveis não-fósseis. A substituição do diesel fóssil pelo biodiesel brasileiro, produzido principalmente a partir de soja, pode reduzir as emissões gases do efeito estufa em até 72%, aponta estudo da Universidade de São Paulo (USP), publicado em 2017.