Segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), relativos à safra 2022/23, o Brasil conquistou a posição de maior exportador de milho do mundo, superando os Estados Unidos. Isso marca a primeira vez em uma década em que o Brasil conquista esse feito, sendo a última vez em 2013, quando os EUA enfrentaram perdas na produção devido a uma seca devastadora. A exportação de milho é crucial para o abastecimento de rebanhos em todo o mundo.
Se o milho se destaca, não há como ignorar o peso de Mato Grosso nessa conquista. Em volume, o milho segunda safra se tornou protagonista do agro mato-grossense ao superar a produção da soja e ofertar 50,73 milhões toneladas (t).
O milho, aliás, é um capítulo à parte nessa safra mato-grossense. O cereal superou seu próprio recorde no Estado. Cresceu 23,4% de uma safra a outra, passando de 41,10 milhões t para atuais 50,73 milhões t. Mato Grosso colheu mais milho do que soja neste ciclo.
No cenário nacional, essa cultura de segunda safra tradicional em Mato Grosso, representa quase 50% de tudo que o País produziu na safrinha: 102,16 milhões t. As condições climáticas, juntamente com todo investimento realizado pelos produtores, surtiram em ganhos expressivos de produtividade. No caso do milho, enquanto a área plantada – também recorde – cresceu 13,6%, atingindo 7,36 milhões ha, a oferta final ficou 23,4% maior.
Ainda conforme o USDA, na safra encerrada em 31 de agosto, o Brasil representou 32% das exportações globais de milho, enquanto os Estados Unidos, que dominaram o mercado de milho por mais de um século, ficaram com cerca de 23%. As projeções da USDA indicam que o Brasil exportou 56 milhões t de milho na safra 2022/23, enquanto os EUA venderam 41,27 milhões t, contribuindo para um total mundial de aproximadamente 177,5 milhões t.
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Várias razões explicam a ascensão do Brasil à liderança das exportações de milho. Primeiro, o país colheu uma safra de milho excepcional. Além disso, a China, um grande comprador de milho dos EUA, busca diversificar seus fornecedores de grãos. Enquanto isso, a produção de milho dos EUA diminuiu devido a condições climáticas adversas e ao aumento dos custos. Os EUA também estão alocando mais milho para a produção de biocombustíveis, farelo e óleos vegetais.
MAIS RECORDES – Além do milho, o Brasil está pronto para liderar as exportações de farelo de soja, deixando a Argentina, atual maior exportadora global desse produto, em segundo lugar. Essa mudança de cenário é resultado de uma redução na produção argentina devido a uma severa seca na região.
Vale ressaltar que o Brasil já foi o principal fornecedor mundial de farelo de soja na safra 1997/98, conforme informações do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea/USP). De acordo com a USDA, na safra 2022/23, as exportações de farelo de soja devem se configurar da seguinte maneira: Brasil exportando 21,50 milhões t, Argentina com 21,20 milhões t e o total de todos os exportadores alcançando 66,47 milhões t. (Com Agrolink)