Em agosto, os estados de Mato Grosso, Goiás, Paraná, Minas Gerais e Maranhão apresentaram os melhores desempenhos nas exportações brasileiras de soja e milho. Mato Grosso, sozinho, participou, com 54% das vendas externas de milho e com 11% das de soja de tudo que foi exportado pelo Brasil no período.
A partir da edição de setembro, o Boletim Logístico, elaborado e publicado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), passou a incluir em suas análises, o comportamento das exportações dos cinco estados que apresentarem o melhor desempenho, no mês em questão.
Segundo o Boletim, as exportações brasileiras da oleaginosa em agosto de 2023 atingiram 8,39 milhões de toneladas (t), contra 9,70 milhões t no mês anterior, e 5,95 milhões t em igual período de 2022.
A valorização do dólar frente ao real, a firme demanda externa e as recentes estimativas da Conab, consolidando a redução dos estoques nacionais de óleo de soja na temporada 2022/23, além de criarem um estímulo para os preços internos da soja, foram ao encontro da estratégia estabelecida pelo produtor nacional, desde o início do ano, ao retardar o ritmo da comercialização, tentando auferir a maior rentabilidade possível.
Mato Grosso que é o maior produtor nacional de grãos e algodão, sozinho, movimentou 930 mil t de soja. Vale lembrar a safra está consolidada no Estado desde abril. Em julho, havia movimentado mais de 2,49 milhões t.
As exportações do milho em agosto deste ano atingiram 9,33 milhões t, contra o observado em julho 4,23 milhões t, e 7,45 milhões t, ocorridas no mesmo período do ano passado.
As exportações do cereal ocorridas em agosto ficaram registradas como um recorde mensal, alcançado pelo escoamento da safra recorde brasileira.
Nos embarques do cereal, Mato Grosso se destacou. Exportou mais da metade do movimentado pelo Brasil, 5,08 milhões t também um recorde para o Estado. Em julho os embarques haviam somado 2,90 milhões t e em agosto do ano passado, 4,64 milhões t.
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MAIS DO BOLETIM – Com o término da colheita do milho segunda safra, a oferta de caminhões cresceu consideravelmente no Estado, contribuindo para derrubar os preços do frete rodoviário em todas as praças. Tal aumento na oferta é comumente esperado no período do ano em questão, gerando acúmulo de veículos à disposição.
No entanto, no atual exercício há alguns agravantes para este arrefecimento mais intenso: a velocidade na comercialização das principais commodities está aquém do observado normalmente e, atrelada a essa questão, a alta generalizada dos combustíveis, em especial do óleo diesel. Estes dois fatores acabaram por gerar a forte queda nos preços dos fretes.
“Todavia, a elevação expressiva no preço do diesel tornou o reajuste do frete sem lastro para acontecer, uma vez que o nível de comercialização dos grãos segue abaixo quando comparado ao mesmo período do ano passado, em razão dos preços pouco atrativos para o produtor. Assim, a queda na cotação do frete rodoviário foi sentida mais intensamente em agosto e, estima-se que deverá permanecer durante todo o mês de setembro, caso se mantenha o quadro atual, preço do óleo diesel elevado vis a vis, manutenção dos preços de soja e milho a despeito da recente elevação nos prêmios de exportação do cereal”, apontam os analistas da Conab.
Os técnicos chamam à atenção para o desempenho estadual das exportações de soja e milho “destacando-se a boa performance do Estado que no presente mês participou com 54% das vendas externas de milho e com 11% de soja”.