Das empresas que saíram do processo de recuperação judicial, ao longo do 3º trimestre deste ano, 54% retornaram a operar sem a supervisão judicial, uma vez que estavam cumprindo o plano satisfatoriamente. Em Mato Grosso, esse índice chega a 100%, no período avaliado.
Os dados são do Monitor RGF de Recuperação Judicial no Brasil, uma plataforma que reúne dados sobre a saúde dos setores da economia brasileira a partir da quantidade de companhias em recuperação judicial desenvolvido pela consultoria RGF & Associados. O mesmo levantamento apontou que das demais empresas que saíram do processo, 27% tiveram seu registro baixado/encerrado e 13% apontadas como falidas.
“Até hoje o mercado não dispunha informações sobre o paradeiro das empresas depois da recuperação judicial e o Monitor RGF preenche essa lacuna. A partir de agora os quatro resultados anuais do Monitor trarão esse panorama dividido em três grupos: Retorno da operação, Inatividade da empresa e Falência”, conta Rodrigo Gallegos sócio da RGF especialista em reestruturação e recuperação judicial.
Além do retorno, o monitor revela ainda que Mato Grosso tem o segundo maior índice de empresas ativas em recuperação judicial do Centro-Oeste, atrás de Goiás, ou seja, 3,29 e 5,17, respectivamente. Ambos os estados superam a média nacional do 3º trimestre que ficou em 1,79.
O índice IRJ-RGF indica a quantidade de empresas em recuperação judicial a cada mil empresas, considerando apenas as matrizes. Nesse caso, Mato Grosso registrou no 3º trimestre 156 empresas em processo de recuperação judicial dentro de um universo de 47.430 empresas ativas. O percentual registra leve redução na comparação com o trimestre anterior, quando o IRJ do estado era de 3,42.
Goiás lidera do ranking regional, são 304 empresas em recuperação em um universo de 58.801 em atividade. Mato Grosso do Sul e o Distrito Federal apontam os menos índices: 1,04 e 1,18, respectivamente.
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Ainda em relação a Mato Grosso, a maior parte das empresas em recuperação judicial são dos seguintes ramos de atividade: Instalações hidráulicas, sanitárias e de gás, fabricação de outros produtos de metal não especificados anteriormente, comércio atacadista de ferragens e ferramentas e fabricação de alimentos para animais.
BRASIL – Em números absolutos, no 3º trimestre: 131 empresas entraram em recuperação judicial no país, 23 foram baixadas (incorporadas ou encerradas sem pendências), 11 faliram, 45 retornaram à operação normal e 79 saíram do processo de recuperação judicial.
O Índice RGF de Recuperação Judicial (IRJ-RGF) nacional se manteve estável, ou seja, a proporção de empresas em recuperação judicial (RJ) em relação ao total de empresas ativas não teve variação significativa, saindo de 1,80 empresas a cada mil no 2º trimestre para 1,79 no 3º trimestre de 2023. A quantidade total de empresas em recuperação judicial no país aumentou em 49, saindo de 3.823 para 3.872, enquanto a base total de empresas cadastradas aumentou saindo de 2,12 milhões para 2,16 milhões.
ANÁLISE ESTADUAL – O estado do Rio Grande do Sul sofreu o maior aumento do número de empresas em recuperação judicial, saindo de 262 no 2º trimestre e subindo para 288 no último período.