Um volume de 7,02 milhões de bovinos foram confinados em 2023 no país, registrando nível de estabilidade inédita, desde 2015. Mato Grosso, que detém o maior rebanho bovino do Brasil, liderou a atividade pecuária e na contramão do resultado nacional, apontou ligeira alta de 3%, passando de 1,43 milhão de cabeças na engorda intensiva para 1,47 milhão neste ano.
Esse foi o montante registrado pelo Censo de Confinamento da dsm-firmenich 2023, estruturado pelo Serviço de Inteligência de Mercado da dsm-firmenich e que mostra estabilidade em comparação com o ano passado. O rebanho de animais confinados esse ano mostra uma alta significativa de 46% frente ao primeiro levantamento, em 2015, que registrou 4,75 milhões de bovinos produzidos no sistema intensivo de produção. “O confinamento é uma ferramenta estratégica e uma tendência que contribui para melhorar a produtividade do rebanho. Os pecuaristas brasileiros estão percebendo isso e se movimentando para adotar as altas tecnologias que temos disponíveis no mercado, ao mesmo tempo em que adequam as suas fazendas para receber essas soluções”, avalia Hugo Cunha, gerente técnico Latam de Confinamento da dsm-firmenich.
E para impulsionar os resultados no confinamento, Hugo ressalta a tecnologia como a parceira do pecuarista. “No caso os ingredientes de alta tecnologia são benefícios que partem da produção e se estendem pela indústria frigorífica e chegam até os consumidores”, explica o especialista da dsm-firmenich.
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PROTEÍNA – A produção de carnes no Brasil bateu recorde no período de janeiro a setembro desse ano (último período analisado), conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com total de 6,39 milhões de toneladas produzidas, um aumento de 8,37% em comparação com o mesmo período de 2022 e 4,5% a mais em relação ao recorde anterior, registrado em 2019. O aumento no volume de animais prontos para o abate, totalizando 24,4 milhões de cabeças, é uma evidência da virada do ciclo de produção em 2023.
Além disso, o Brasil segue sendo o principal exportador mundial. Somente no acumulado de 2023, já exportou mais de 1,6 milhão de toneladas de carne bovina in natura. “Apesar de ser 5% menos do que no mesmo período de 2022, o país continua demonstrando uma presença significativa no mercado internacional de carnes, muito por conta de sua aceitação e reconhecimento, bem como pelo fato de os produtos terem qualidade, segurança alimentar e serem competitivos”, explica Fabiana Fontana, especialista de mercado da área de Ruminantes da dsm-firmenich.
Além de revelar o atual cenário da carne brasileira, os especialistas da dsm-firmenich mostraram que 2023 foi um ano “atípico” para a cadeia do leite. Marcado pelas sucessivas desvalorizações no preço ao produtor, muito em virtude do aumento da disponibilidade interna de lácteos, o setor registrou um recuo de 21,3% no preço do leite, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA – Esalq/USP). O aumento das importações, aliado ao consumo enfraquecido e elevação da produção nacional a partir do segundo semestre, explicam esse cenário. “Isso, combinado às condições climáticas negativas, como a seca e o calor no Sudeste e Centro-Oeste e excesso de chuvas no Sul, devem prejudicar a produção no último bimestre, fazendo com que os preços registrem estabilidade e ligeira tendência à alta em algumas bacias leiteiras”, avalia Marcelo Machado, gerente técnico de leite da dsm-firmenich.