A Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgou nesta semana o estudo “Oportunidades e Riscos da Descarbonização da Indústria Brasileira”, em que o presidente da entidade, Ricardo Alban, afirmou que a “indústria brasileira tem potencial para se tornar ator significativo na economia global de carbono”.
De acordo com Alban, “Com as condições adequadas, a indústria brasileira pode se tornar um ator significativo na economia global de baixo carbono. Para tanto, são necessárias condições econômicas e políticas claras e estáveis para que possamos atrair investimentos e impulsionar inovação em tecnologias”
O MT Econômico analisou o estudo e traz nessa matéria, os pontos mais relevantes da pesquisa.
Em outubro deste ano, o Senado nacional aprovou o Projeto de Lei (PL) 412/22, em que regulamenta o mercado de crédito de carbono no Brasil, que nada mais é do que unidades de medida que representam a redução de uma tonelada de emissões de dióxido de carbono (CO2) ou o correspondente em outros gases.
A compra e venda de crédito de carbono é algo que já se tornou comum, para quem emite uma quantidade x desse gás na atmosfera. Aqui no Brasil, após o PL, o limite de emissão de uma pessoa ou empresa é de 10 mil toneladas. Acima desse valor, já é necessário realizar a compra de crédito de carbono.
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Estudo CNI
O MT Econômico separou os principais tópicos do estudo “Oportunidades e Riscos da Descarbonização da Indústria Brasileira”, conforme dados abaixo.
De acordo com a Agência Internacional de Energia (IEA, 2023b), o mundo deve acelerar a transição energética. Para isso, deve investir US$ 1,8 trilhão em energia limpa em 2023 e US$ 4,5 trilhões em cada ano seguinte até o início da década de 2030. Entre os principais destaques estão:
• O crescimento acelerado na produção de energia limpa junto a outras medidas pode reduzir as emissões de CO2 no setor de energia em até 35% até 2030 em comparação ao ano de 2022;
• O controle das emissões de metano oferece uma ótima relação custo-benefício devido ao baixo custo, além das perdas evitadas representarem uma oportunidade de receita com a venda do metano capturado. Segundo o relatório, a redução das emissões de metano em 75% até 2030 é essencial para limitar o aquecimento global. Reduzir esse percentual nas operações de O&G custa cerca de US$ 75 bilhões em gastos cumulativos, o equivalente a 2% da receita líquida recebida pelas petrolíferas em 2022;
• Ainda existe uma lacuna entre oferta e demanda por minerais críticos, como níquel e lítio. São necessários novos projetos, inovações nas técnicas de extração e maiores índices de reciclagem; e
• O uso de CCUS, hidrogênio e bioenergia sustentável é fundamental para alcançar as emissões líquidas zero, sendo que é necessário um rápido progresso nos próximos anos. Além disso, tem papel importante a desempenhar na redução de emissões da indústria pesada e transportes de longa distância.
Brasil pode se tornar o primeiro a zerar suas emissões de gases
Segundo outro estudo “Clima e Desenvolvimento: Visões para o Brasil 2030”, o Brasil pode se tornar o primeiro país em desenvolvimento a zerar suas emissões antes de 2050, com a oportunidade de reduzi-las drasticamente até o fim desta década entre 66% e 80%.
Para isso, se faz necessária uma governança clara para efetivar a Política Nacional sobre Mudança do Clima 20 (PNMC) com respaldo da sociedade e da Federação, e uma estratégia transversal de longo prazo, além de, no mínimo, duas políticas setoriais implementadas: redução radical do desmatamento e aumento de sumidouros florestais e precificação das emissões.
O país tem a oportunidade de se tornar pioneiro na transição para uma economia de baixo carbono. No entanto, é preciso que haja não só uma estruturação de uma estratégia nacional, mas também uma sinergia entre o arcabouço regulatório nacional e o internacional, evitando que haja duplicidade entre tais estruturas e/ou impactos na competitividade dos setores da economia brasileira.
Transição para uma economia mais limpa
O estudo “Oportunidades e Riscos da Descarbonização da Indústria Brasileira” também identificou que a transição da indústria brasileira para uma economia mais limpa, até 2050, pode custar até R$ 40 bilhões. Esse valor foi adquirido a partir da revisão de estudos e depois de consultas a especialistas de cada segmento. Mas a CNI ressalta que algumas áreas da indústria desconsideraram investimentos indiretos para aumentar a oferta de energia renovável.
Segundo a CNI, um dos principais motivos para esse valor, é por conta da necessidade de investimentos no Brasil, encarecendo as tecnologias e os processos de produção.
Acesse o estudo completo no anexo abaixo
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