Estudo da Associação Brasileira dos Grandes Consumidores de Energia (Abrace), aponta queas altas temperaturas e possibilidade de falta de chuvas esperadas para os próximos meses podem impactar diretamente na conta de luz dos brasileiros. Segundo o levantamento, a expectativa é de um aumento de 6,58% para 2024, mas que pode chegar a 10,41%. A conta também depende do tamanho de subsídios no próximo ano.
Em novembro, a carga de energia bateu recordes impulsionada pela necessidade da população se refrescar das ondas de calor que o Brasil enfrentou, especialmente para o uso de ar-condicionado.
Para Victor iOcca, diretor de Energia Elétrica da Abrace, um dos principais motivos para o aumento da tarifa é o crescimento recorrente dos custos das políticas públicas de subsídios. “Quando você comemora investimento em um leilão de R$ 30 bilhões ou 40 bilhões, tenha certeza que daqui a dois ou três anos isso vai se traduzir em aumento tarifário”, alerta.
Boa parte do consumo é atendido pela geração de fontes renováveis, como a hidrelétrica, atualmente com reservatórios quase cheios.
Porém, para atender a alta demanda em horários de pico e prevenir um blecaute, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) precisou aumentar a capacidade, pressionando as contas de luz.
Novas ondas de calor são uma possibilidade, tanto para este mês quanto para o resto do verão, diz o meteorologista da Climatempo Guilherme Borges.
Segundo o ONS, as cargas para o mês de dezembro devem avançar ante o mesmo período de 2022. As taxas de crescimento indicam principalmente o Nordeste, com aumento de 15,2%, o Sul, com 14,85 e o Sudeste/Centro-Oeste, com 12,5%.
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Em 2024, o Brasil deve registrar um crescimento de 3,5% da carga de energia, segundo previsão conjunta elaborada pelo ONS, com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e a Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
O calor aumenta a demanda por energia elétrica e pressiona o sistema, que aciona as termelétricas, situação agravada ainda mais diante de uma mudança no volume das chuvas que inverte a dinâmica da produção da energia hidrelétrica e incorre em uma alteração na bandeira tarifária.
Como reflexo do fenômeno El Niño, o órgão projetou afluências abaixo da média histórica para os subsistemas Sudeste/Centro-Oeste, Nordeste e Norte no mês e acima da média histórica para o subsistema Sul.
As tarifas são a soma dos componentes de geração, transporte e comercialização da energia elétrica, além de encargos direcionados ao custeio da aplicação de políticas públicas, segundo o Ministério de Minas e Energia. A maior despesa é com a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que está chegando a R$ 40 bilhões. Disso, R$ 30 bilhões são recebidos das tarifas dos consumidores.