Com os trabalhos a campo avançando, os primeiros rendimentos das áreas colhidas de soja, em Mato Grosso, apresentam produtividade bem inferior às observadas nas últimas temporadas, como aponta novo levantamento do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). A produtividade aguardada para o estado diminuiu, ficando projetada em 52,81 sacas por hectares (sc/ha), redução de 15,23% em relação à safra passada e 1,44% no comparativo com a estimativa passada.
“Esse cenário é reflexo da falta de chuva no período de desenvolvimento das áreas com soja de ciclos precoce e médio, o que influenciou no encurtamento do estádio da oleaginosa e prejudicou o potencial reprodutivo das plantas, com queda de flores no período vegetativo e baixa quantidade de vagens por planta. Com a manutenção da área e o corte na produtividade, a produção da safra 23/24 ficou projetada em 38,44 milhões de toneladas, queda de 15,17% ante a safra passada e 1,44% em relação à estimativa passada”, destacam os analistas do Imea.
Em relação à área de soja projetada para a temporada 2023/24, o indicador permaneceu estimado em 12,13 milhões de hectares.
Ainda conforme o Imea, foi observado uma redução no rendimento ainda maior nas áreas que têm como sucessão o algodão, visto a antecipação do plantio da oleaginosa devido à preocupação dos produtores com a janela ideal da 2ª safra. “Vale ressaltar que as lavouras mais tardias ainda estão com a produtividade em aberto, o que pode alterar a projeção aguardada para Mato Grosso nos próximos meses”.
COLHEITA – Em Mato Grosso, a colheita da soja para safra 2023/24 alcançou 39,20% das áreas previstas, incremento de 17,69 p.p. no comparativo semanal. Esse percentual está 15,15 p.p. maior que o mesmo período do ano passado e 10,01 p.p. acima da média dos últimos cinco anos.
MERCADO – O preço da soja disponível atingiu o menor patamar dos últimos três anos em Mato Grosso. Na semana passada, a média do valor da oleaginosa fechou em R$ 94,91/sc, queda de 3,75% em relação à semana anterior e 34,58% quando comparado com a mesma semana do ano passado.
“O principal fator que influenciou essa pressão nos preços da oleaginosa no estado, foi a desvalorização do grão na CME- Group {Bolsa de Chicago) contrato corrente, na qual na semana passada chegou a registrar cotações abaixo de US$ 12/bu. Além disso, a permanência do dólar menor que R$ 5,00 e os prêmios portuários que seguiram no campo negativo foram outros fatores que influenciaram a queda dos preços em Mato Grosso. No curto prazo o cenário para as cotações no estado não é favorável, visto o início da colheita, onde aumenta a oferta no mercado e a estimativa de produção mundial acima do consumo global, o que pressiona o preço na Bolsa de Chicago”, apontam os analistas do Imea.